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México: demanda de café aumenta, porém produção tem queda

por CaféPoint:

O México está passando por um bom momento no mercado de café devido a grande demanda pelo produto. No entanto, a produção está baixando por conta da falta de tecnologia no campo para combater as pragas.

Atualmente, o mexicano consome cerca de 1,4 kg per capita, fazendo com que o país cresça de 1,5 a 2 milhões de consumidores a cada ano. Em contraste, de acordo com um relatório de 2016 publicado por Fideicomisos Instituidos En Relación Con La Agricultura (Fira), a produção nacional para abastecer o mercado vai diminuir em 8% no período de 2016/2017.

“Há um déficit de quase 5,5 milhões de sacas. O consumo está aumentando e é coberto com os estoques internacionais de 7 a 8 milhões de sacas por ano”, disse Félix Martínez, presidente da Associação Nacional da Indústria de Café (Anicafe) durante o Segundo Seminário Internacional de Café em Tapachula, Chiapas.

Apesar disso, Martinez disse que em cinco anos será visto um crescimento gradual na produção de café por conta do plano da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural (Sagarpa), passando de 2,2 milhões de sacas de grãos em 2016 para 4,5 milhões no período de 2018/2019.

A alta na demanda se dá pelo aumento do consumo dos chamados “millenials”. Nas previsões, os mexicanos começarão a consumir mais café preto, como os americanos, e café espresso ao invés de cappuccinos ou lattes. Isso se dá por conta da tendência que vem dos Estados Unidos, que resulta no ‘status’ que os mexicanos sentem ao beber este tipo de bebida.

“A Starbucks trouxe um modelo de negócio diferente no México e, a partir disso, surgiram marcas como Garat, Juan Valdez, entre outras. O consumo será crescente e um dos setores que mais nos interessa é a juventude, pois os jovens são muito ligados a bebidas açucaradas, como refrigerantes. Esses são os principais concorrentes do café”, disse Martinez.

“Temos um mercado maior do que os Estados Unidos e agora vem a renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). Temos a vantagem de que, por mais tarifa que queiram nos impor, não podem passar de 3%, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio”, afirmou o presidente. Ele ressaltou que, se na renegociação quiserem impor uma tarifa sobre o café solúvel, que atualmente não tem tarifa, usariam a regra de origem, que diz que o café deve ter 40% de grãos mexicanos.

A baixa produção de café se deu principalmente por conta da ferrugem. Desde 2013, a praga afeta as plantações de café no México devido à mudança climática e a falta de adoção de tecnologia para proteger as culturas. “As perspectivas para os rendimentos são muito baixas, variando de três sacas de 60 kg de café por hectare, o que não é rentável”, disse Alberto Zamarripa, diretor de Inovação e Transferência de Tecnologia do Plano Integral de Atenção ao Café (PIAC-Sagarpa), destacando a importância de apoiar este setor que possui uma contribuição social de grande relevância para os estados produtores de café.

O objetivo principal do PIAC era aumentar a produtividade. Desenvolveu-se uma estratégia técnica para a renovação das plantações de café que teve bom efeito em Honduras, Colômbia e Brasil: “Aqui nós colocamos ênfase na renovação das plantações de café que tiveram impacto, sendo uma renovação inteligente”, disse um funcionário do PIAC. Por conta deste programa, hoje há cerca de 22 variedades de café registradas no país. Cerca de 60 toneladas (180 milhões de sementes) foram distribuídas nas principais entidades do país onde o café é produzido, sendo elas Oaxaca, Guerrero, Puebla, Chiapas e Vera Cruz.

“O que queremos é ter um bloco de genes de resistência para enfrentar as diferentes cepas de ferrugem. O orçamento nunca será suficiente. No entanto, se fez uma boa escolha quanto às organizações e esperamos que tenha um longo alcance”, disse Zamarripa.

Félix Martínez Álvarez, do Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Alimentar (Senasica) disse que, de 2012 a 2014, o orçamento destinado ao controle da ferrugem não foi alto. “No entanto, em 2015 foi feito um investimento de 200 milhões de pesos (US$ 10,74 milhões) por cinco estados. A partir de 2016, foram destinados 150 milhões de pesos (US$ 8,06 milhões) e foram incorporados sete novos estados adicionais, que foram atendidos em 2015. Todo esse recurso serviu para atender os focos mais críticos. O que fizemos é basicamente preventivo. Assim, ajudamos mais de 166 mil hectares em sete estados”, ressaltou.

As informações são do http://expansion.mx / Tradução Juliana Santin

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