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Não será autorizando a importação de conilon que estimularemos investimentos na produção

por Carvalhaes:

Na última quarta-feira, após uma expedição técnica pelo sul de Minas, cerrado mineiro e mogiana de São Paulo, principais regiões produtoras de arábica do Brasil, Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil e maior exportadora de cafés brasileiros, informou que a nova safra brasileira de café 2017 ficará abaixo das expectativas do mercado devido aos problemas climáticos, podas em larga escala e cafezais se recuperando da safra recorde de 2016. “Faz 14 anos que fazemos a mesma viagem pelas mesmas regiões produtoras, este foi um dos piores anos para os cafezais que observamos”, disse Lúcio Dias. Ele estimou a safra de café do Brasil entre 43 milhões e 47 milhões de sacas, número abaixo da expectativa do mercado (fonte: Reuters).

Em 2016, os embarques ao mercado externo da Cooxupé foram de 3,9 milhões de sacas, frente a 4,27 milhões de sacas em 2015. Já o fornecimento de café destinado ao mercado interno cresceu 27%, alcançando 1,8 milhões de sacas em 2016. O Brasil, além de maior produtor de café é o segundo maior consumidor de café do mundo e o maior consumidor (comprador) de café brasileiro. Um mercado de 20 a 21 milhões de sacas! Não é difícil entender porque querem abrir este mercado aos produtores de café concorrentes do Brasil. Nosso grande mercado interno fortalece a cafeicultura brasileira.

Ontem quinta-feira, o CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que as exportações brasileiras de café no último mês de janeiro ficaram em 2.563.939 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 9 %(245 087 sacas) menos que no mesmo mês de 2016 e 20 % (628 740 sacas) menos que no último mês de dezembro. Essa queda reflete o fim dos estoques brasileiros governamentais de café. Nossos estoques vinham mascarando o fato de nossas safras de café serem menores que nossas necessidades de café para atender as exportações e o consumo interno. As exportações brasileiras provavelmente serão menores até a entrada da nova safra 2017. Os cafés ainda em mãos de cooperativas e produtores terão de atender ao consumo interno, indústria de solúvel e exportação, assim as exportações devem cair.

Repetimos aqui mais uma vez o que temos dito em boletins anteriores: Em nossa opinião precisamos trabalhar para aumentar a produção brasileira de café conilon e não a produção do Vietnã e da Indonésia. Não será autorizando a importação de café do Vietnã e da Indonésia na entrada da nova safra brasileira de conilon que estimularemos nossos cafeicultores a investir e aumentar nossa produção de café. É necessário que o Brasil caminhe rapidamente para safras médias de 60 milhões de sacas. O consumo mundial cresce acima de 1,5% ao ano e sem safras médias maiores não conseguiremos manter nosso “market share”. Os cafeicultores brasileiros seguem leis trabalhistas e ambientais severas e precisam de segurança para investir. Não é hora de importar café verde, abrindo o segundo maior mercado consumidor a nossos concorrentes.

A crise política no Espírito Santo, maior produtor brasileiro de conilon, é mais um argumento contra a importação de café.

Também esta semana, em entrevista ao site Cafepoint, Lúcio Dias, da Cooxupé, disse que: “O café tem fatores diferentes, então não tem nada a ver com oferta e demanda. Tem um componente de aplicação financeiro fortíssimo, então ainda não sabemos como o mercado vai reagir”. É mais um indicativo sobre as mudanças no mercado internacional de café e da necessidade do Brasil pensar em uma nova política para nosso agronegócio café.

O mercado físico brasileiro “travou” esta semana. As cotações em Nova Iorque reagiram a partir da quarta-feira, mas o balanço semanal fecha com perda de 50 pontos. Os produtores de café arábica de melhor qualidade não mostraram disposição em vender nas bases oferecidas pelos compradores.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de janeiro foram embarcadas 2.563.939 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 9 %(245 087 sacas) menos que no mesmo mês de 2016 e 20 % (628 740 sacas) menos que no último mês de dezembro. Foram 2.363.887 sacas de café arábica e 22.118 sacas de café conillon, totalizando 2.386.005 sacas de café verde, que somadas a 174.743 sacas de solúvel e 3.191 sacas de torrado, totalizaram 2.563.939 sacas de café embarcadas.

Até dia 8, os embarques de fevereiro estavam em 353.641 sacas de café arábica, 960 sacas de café conilon, mais 17.346 sacas de café solúvel, totalizando 371.947 sacas embarcadas, contra 166.535 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 8, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 786.340 sacas, contra 619.806 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 3, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 10, caiu nos contratos para entrega em março próximo 50 pontos ou US$ 0,66 (R$ 2,05) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 3 a R$ 603,79 por saca, e hoje dia 10, a R$ 599,41 por saca. Na sexta-feira, dia 10, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 55 pontos.

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