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Notícias sobre o atraso da colheita dominam a semana

 por Carvalhaes:

As informações que chegam de cooperativas e agrônomos confirmam o forte atraso da colheita brasileira 2015 de arábica.A dos cooperados da COOXUPÉ — Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (maior cooperativa de café do Brasil e do mundo) atingiu 34,20% até dia 18 de julho. Na mesma data do ano passado, o total colhido pelos cooperados da Cooxupé estava em 59,53%. O cerrado mineiro, com apenas 26,23%, é a região onde a colheita dos cooperados da Cooxupé está mais atrasada.

Até o presente estágio de colheita a qualidade média e o baixo volume de peneiras 17 e 18 preocupam os cafeicultores e os compradores que receberam seus primeiros lotes da safra de arábica 2015. O volume de negócios é pequeno devido ao pouco volume ofertado, a ausência de cafés mais finos e também pelos preços oferecidos pelos compradores, considerados baixos e fora da realidade pelos cafeicultores.

Com a forte crise econômica e política, que se agravam a cada semana, com a inflação anual se aproximando dos dois dígitos e dólar acima dos três reais (hoje trabalhou a R$ 3,35), os cafeicultores assistem os especuladores derrubarem as cotações em Nova Iorque enquanto seus custos de produção (e de vida) sobem com violência.

Em uma semana, do fechamento de sexta-feira, dia 17, até o fechamento de sexta, dia 24 o dólar se valorizou aproximadamente 5% em relação ao real e os operadores em Nova Iorque derrubaram as cotações do café na ICE Futures US em aproximadamente 5%. Apropriam-se assim dos ganhos em reais que os produtores de café teriam com a desvalorização do real frente ao dólar.

O potencial de produção do parque cafeeiro brasileiro para a safra de café do próximo ano começou a ser comprometido. O inverno deste ano com temperaturas mais altas e chuvas na primeira quinzena de junho, provocou o surgimento de botões florais fora da época esperada. Como estamos em plena colheita, grande parte da primeira florada da safra 2016 será perdida. A estiagem do início de 2015 já havia pressionado o crescimento vegetativo das lavouras, diminuindo em muitas delas o número de internódios onde crescerão os frutos em 2016.

O Departamento do Café – DCAF do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foi extinto no último dia 13 de julho junto com a Secretaria de Produção e Agroenergia, na qual o DCAF estava situado. O DCAF era responsável pela formulação e gestão de políticas públicas para o setor cafeeiro. O departamento promovia, coordenava e avaliava os projetos, políticas e diretrizes setoriais emanadas pelo CDPC – Conselho Deliberativo da Política do Café, instância máxima deliberativa da cafeicultura brasileira.

Até o dia 23, os embarques de julho estavam em 1.164.998 sacas de café arábica, 221.049 sacas de café conillon, mais 103.341 sacas de café solúvel, totalizando 1.489.388 sacas embarcadas, contra 1.616.428 sacas no mesmo dia de junho. Até o dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.911.333 sacas, contra 2.077.398 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 24, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 615 pontos ou US$ 8,14 (R$ 27,17) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 542,49 por saca, e dia 24, a R$ 539,80 por saca.

Na sexta-feira, dia 24, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 70 pontos.

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