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Novas pesquisas garantem que a bebida faz bem à saúde e protege contra doenças do coração, neurológicas e até diabetes

por ISTOÉ:

Até cinco cafezinhos por dia. De acordo com estudo publicado na Circulation – revista da Associação Americana do Coração -, esta é a quantidade ideal a ser consumida para conseguir viver mais. As pessoas que se enquadram nesta categoria apresentam risco menor de manifestar doenças cardiovasculares, neurológicas e diabetes. Estas enfermidades estão entre as mais prevalentes em todo o mundo, e as que mais colaboram para o aumento da mortalidade.

Durante trinta anos, os pesquisadores acompanharam a evolução de mais de 208 mil homens e mulheres. Os hábitos dos participantes em relação à ingestão da bebida foram registrados a cada quatro anos. Os efeitos benéficos foram ainda mais expressivos entre os voluntários que nunca fumaram.

Segundo os cientistas, o resultado demonstra a associação entre o consumo de café e a longevidade, e é preciso pesquisar mais para conhecer quais são de fato as propriedades da bebida responsáveis pelos benefícios. A cafeína, sabe-se, é uma delas. Mas o trabalho revelou que os efeitos foram usufruídos tanto por quem bebeu café normal quanto por quem ingeriu a versão descafeinada, o que demonstra que a bebida possui substâncias protetoras que vão além da cafeína. Há agentes antioxidantes (combatem a degeneração celular) e antiinflamatórios. Processos de inflamação estão por trás de enfermidades cardíacas, por exemplo.

Além disso, a bebida possui substâncias que reduzem a resistência à insulina. O fenômeno é caracterizado quando a insulina (hormônio que permite a passagem do açúcar contido na corrente sanguínea para dentro das células) não funciona bem. É a principal marca da diabetes tipo 2, associado ao estilo de vida e hoje apontada como uma das principais ameaças à saúde pública. “Por essas razões, o consumo de café pode ser incluído como parte de uma dieta saudável”, disse Frank Hu, um dos autores da pesquisa.

Mas para quem possui sensibilidade, altas doses provocam o estado de alerta. “Pode agravar o quadro de quem possui pré-disposição à arritmia”, diz Ana Luísa Vilela, médica especialista em nutrição e obesidade.

De vilão a mocinho

Uma das bebidas mais consumidas no Brasil e no mundo, o cafezinho passou de vilão a mocinho nos últimos anos. De acordo com o neurologista Leandro Teles, os primeiros estudos classificavam o café como um redutor da longevidade. “Ele estava sempre associado ao tabagismo e ao açúcar por isso aparecia como vilão da saúde”, diz. Nos últimos três anos, porém, as pesquisas científicas passaram a estudar o café em grupos populacionais específicos (por exemplo, consumidores de café e não fumantes) e chegaram à conclusão que, dependendo da dose, e do perfil de quem o consome, os efeitos do produto podem ser benéficos para a saúde. Descobriu-se que o café possui polifenóides (antioxidantes), vitamina D e cálcio. Até mesmo a polêmica cafeína passou a ser relacionadas a aspectos positivos e negativos. “Ela melhora a performance mental”, afirma Teles.

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