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Novo estudo mostra correlação entre mudança climática e café

por CaféPoint:

Pesquisadores descobriram que metade da terra atualmente adequada para a produção de café arábica não estará mais apta até 2050. Encomendado pelo World Coffee Research, o estudo identifica as principais zonas climáticas onde o café floresce e mostra como essas zonas serão afetadas nos próximos 35 anos.

A pesquisa descobriu que as maiores perdas seriam em regiões de clima quente e seco, como o norte do Estado de Minas Gerais, do Brasil, partes da Índia e Nicarágua – áreas que atualmente dão alguns dos maiores rendimentos de café arábica.

O estudo descobriu que a mudança climática teria menos efeito em áreas ao redor do Equador com temperaturas sazonalmente constantes, incluindo partes da Colômbia, Etiópia, Quênia e Indonésia.

“A mudança climática para o café é extremamente séria”, disse o principal autor do estudo, do Centro Internacional para Agricultura Tropical (CIAT), Christian Bunn. “Trata-se de uma cultura perene, o que significa que o que você planta hoje estará na terra ainda em 2050 – receberá todo o impacto da mudança climática”.

Bunn disse que embora a pesquisa indique que maiores temperaturas podem significar que locais de maior altitude no Leste da África, Colômbia, Equador e Indonésia possam se tornar mais adequados para o cultivo de café, o Brasil é uma preocupação. “Eles terão que ser muito produtivos para suprir a demanda, porque o Brasil, atual potência, deverá ter grandes perdas”, disse Bunn.

O estudo oferece uma série de informações sobre como a mudança climática impactará nas elevações onde o café cresce bem. O estudo descobriu que o aumento na temperatura até 2050 significaria que, em média, a terra adequada para a produção de café arábica seria 300 metros mais alta.

“No geral, o mercado de café arábica é extremamente ameaçado. Há uma crescente demanda. No futuro, precisaremos de mais área para produzir café, mas deveremos ter menos”.

O World Coffee Research está usando as descobertas para localizar lugares para o International Multi-location Variety Trial, um estudo comparativo sobre como as 35 variedades de café se desenvolvem no mundo em diferentes zonas climáticas. Os dados serão usados para guiar um programa de produção de café, que deverá adaptar os cafezais para produzir maiores rendimentos, enquanto mantêm a qualidade.

“Podemos usar a genética do café para comprar mais tempo”, disse Tim Schilling, diretor executivo do World Coffee Research. “A informação nesse relatório estará inestimável à medida que trabalhamos para criar novas variedades resistentes ao clima sob medida para zonas climáticas individuais”.

As informações são do http://gcrmag.com / Tradução por Juliana Santin

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