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Novo tipo de ferrugem de café surge em Honduras

por CaféPoint:

No início deste mês o presidente do Instituto Hondurenho de Café (Ihcafé), Asterio Reyes Hernández, fez um comunicado oficial sobre o surgimento de um novo tipo de ferrugem do café. A entidade reuniu autoridades e imprensa para a fala. “O novo tipo de ferrugem afeta variedades que considerávamos resistentes como lempira, café 90 e parainema. Ela atravessou as barreiras de resistência nacional. Esse novo tipo de ferrugem foi detectado no departamento de Olancho, mais especificamente, em primeira instância, no município de Campamento. Agora, já está presente na maioria dos departamentos produtores de café de Honduras, que são 15 e já temos sua presença em mais de 50%”, afirmou Hernández.

Segundo o Ihcafé, a nova ferrugem, como a anterior, propaga-se muito rapidamente, pelo ar, pelas pessoas, pelo trânsito de veículos. No país, 95% da cafeicultura está nas mãos de pequenos produtores de café, com uma extensão de aproximadamente menos de cinco hectares. “Uma das vantagens de estar nas mãos de pequenos produtores é que pode facilitar o controle desse fungo em suas pequenas parcelas de produção de café. No entanto, esses produtores são os que mais necessitam de um financiamento oportuno, de recursos disponíveis e devem ter acesso direto a isso”, prosseguiu o presidente.

Hernández argumentou que o problema dos cafeicultores torna-se uma questão nacional dada a importância econômica do setor. “Mas o mais importante é o papel social, já que estamos falando de mais de 130 mil famílias que dependem da cafeicultura. Se consideramos uma média de 5 pessoas por família, estamos falando de mais de 600 mil pessoas. Está em 15 departamentos em mais de 200 municípios a presença da cultura do café”, completa.

COMBATE

Para enfrentar a nova praga, Hernández pediu a ajuda de cada setor entre produtores, instituições ligadas ao café e o governo. “Para enfrentar essa situação, precisamos de financiamento oportuno, de recursos econômicos disponíveis e que possamos ter um inventário de insumos para podermos proporcionar oportunamente aos produtores de café”.

Segundo o Ihcafé, o impacto da ferrugem ocorrida anteriormente já havia afetado os lucros do setor, que ficou com compromissos atrasados. “Outro problema são os preços instáveis do café no mercado internacional, a falta de disponibilidade do produto”. Segundo Hernández, a comercialização de café está praticamente paralisada nos últimos dias, e os cafezais está em pleno corte nas partes altas da cafeicultura hondurenha, que é onde está o melhor café.

“Com isso, não queremos provocar ou gerar um grande alarme, como dizer que a cafeicultura desaparecerá, mas sim, dizer que estamos atuando para reagir, porque se não atuarmos oportunamente, a tempo, teremos uma grande porcentagem da cafeicultura afetada. Há porcentagem que não podemos passar e estamos falando de 6%. Para administrar esse 6% implica financiamento, capacitações, dias de campo, disponibilidade de recursos para os produtores de café. Se não fizermos isso, poderá ocorrer um enorme dano para a cafeicultura hondurenha. Ainda não temos os cálculos dos danos, porque estamos esperando o término da colheita. Lá pelo mês de junho saberemos como estão as fazendas”, finalizou o presidente do Ihcafé.

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