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NY quase perde patamar de US$ 1,30/lb nesta 3ª e preços no Brasil atingem mínimas de mais de um ano

por Notícias Agrícolas:

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira (16), com recuos de cerca de 200 pontos, e quase perderam o patamar de US$ 1,30/lb no principal vencimento. O mercado segue mais tranquilo com a safra do grão neste ano nas principais origens produtoras e consequentemente a oferta global.

Acompanhando as quedas externas e a colheita, que já acontece em algumas regiões produtoras do Brasil, os preços do café no mercado interno testaram na véspera os níveis mais baixos em mais de um ano, em valores nominais, levando em conta o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, que fechou em R$ 451,94 a saca de 60 kg. (Veja mais informações abaixo)

No mercado externo, o contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 129,25 cents/lb com queda de 200 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 131,45 cents/lb com recuo de 200 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 133,85 cents/lb e desvalorização de 195 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 190 pontos, fechando a 137,30 cents/lb.

Mercado do café NY – 16/04/2017

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“O mercado tem apontado a boa produção e oferta abundante como razões para manter viva a pressão de venda. No entanto, o dólar fraco nos Estados Unidos e as moedas valorizadas na América do Sul podem manter a oferta mundial baixa no mercado”, disse o vice-presidente da Price Futures Group e analista de mercado, Jack Scoville.

Pela manhã, o mercado realiza ajustes técnicos, com leve alta nos principais vencimentos, mas voltou a cair durante a tarde renovando as perdas do dia anterior. A OIC informou em seu relatório mensal que “as perspectivas de oferta em 2017/18 parecem cada vez mais positivas : as preocupações iniciais sobre a geada no Brasil e a escassez de chuvas no Vietnã afetando as culturas de 2017/18 diminuíram  “.

Ainda assim, a Organização prevê que a produção mundial caia abaixo da demanda pelo terceiro ano consecutivo em 2016/17, desta vez em 3,48 milhões de sacas.

O avanço dos estoques de café verde dos Estados Unidos também dão pressão ao mercado, pois dão indicativo de como está o abastecimento no maior importador do grão brasileiro. No mês de abril, os estoques tiveram alta de 165,50 mil sacas e ficaram próximos de 7 milhões de sacas (6,89 milhões de sacas). A média desde 2011 para essa época do ano é de alta de 130 mil sacas.

De acordo com o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, Nova York tem apresentado dificuldade em trabalhar acima da média-móvel de vinte dias, que na última sexta-feira ficou em 135,65 cents/lb. Nesta terça o ponto técnico de 132,35 cents/lb foi rompido, o que pode, segundo ele, levar ao teste das mínimas.

O site internacional Agrimoney reportou que o mercado está atento aos números da colheita na Colômbia para descobrir o quanto foi significativamente baixa a colheita mitaca (colheita intermediária entre maio e julho) do país e como ela pode refletir no longo prazo.

A produção de café da Colômbia em abril, primeiro mês da colheita mitaca, caiu 20% de um ano para o outro, totalizando 834 mil sacas de 60 kg no período – esse valor mensal é o mais fraco já registrado em mais de dois anos, segundo dados do grupo de produtores colombianos, Fedecafe.

A veterana analista Judith Ganes-Chase disse que o declínio segue “muita especulação” sobre a colheita, depois das chuvas no início do ano que, segundo alguns produtores, afetaram a floração.

Mercado interno

Acompanhando as informações de produção maior neste ano, que também refletem no mercado externo, e a colheita que já acontecem em áreas produtoras do Brasil, os preços do café no mercado interno atingiram mínimas de mais um ano, em valores nominais, com o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor registrando R$ 451,72 a saca na véspera.

O menor valor até então havia sido registrado em 2 de maio de 2016, quando o Indicador registrou R$ 451,72 a saca.

De acordo com o analista de mercado do café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), Renato Garcia Ribeiro, o mercado brasileiro tem acompanhado as mesmas informações que também impactam os negócios futuros no exterior. “As informações apontam que a safra deste ano será razoável, sem tantos problemas como se imaginava no começo. Com isso, espera-se menor desabastecimento”, afirma.

Segundo dados da Safras & Mercado, os trabalhos de colheita atingiram 6% até o dia 8 de maio. Levando em conta a projeção da consultoria de produção de café em 51,1 milhões de sacas de 60 kg neste ano para o país, é apontado que já foram colhidas 3,2 milhões de sacas.

Os negócios com seguem lentos nas praças de comercialização do país ainda que algumas torrefadoras tenham procurado por arábicas de qualidade intermediária e grãos robusta. “O mercado está esperando para ver os primeiros lotes colhidos”, pondera Ribeiro.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. Guaxupé (MG) teve a maior oscilação no dia dentre as praças com queda de 3,03% e saca a R$ 480,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 460,00 a saca e queda de 1,08%. Varginha (MG) teve a maior oscilação no dia dentre as praças com queda de 3,19% e saca a R$ 455,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com queda de 3,26% com saca a R$ 445,00. A maior variação dentre as praças no dia ocorreu em Vitória (ES) com alta de 4,76% e saca a R$ 440,00.

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