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NY sobe mais de 100 pts nesta 6ª com recompras e acumula valorização de quase 1,5% na semana
por Notícias Agrícolas:
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a semana com alta de pouco mais de 1,40%, com o vencimento março/17 saindo de 145,75 cents/lb na semana passada para 147,80 cents/lb nesta sexta-feira (17). O mercado oscilou acompanhando indicadores técnicos, o câmbio e as informações sobre o clima nas principais origens do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. Com essa alta, os principais vencimentos consolidam o patamar de US$ 1,45 por libra-peso e os lotes com vencimento mais distante já voltaram a ficar acima de 1,50/lb.
Nesta sexta-feira, o contrato março/17 fechou o dia cotado a 147,80 cents/lb com 150 pontos de alta, o maio/17 anotou 149,55 cents/lb com valorização de 115 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 151,80 cents/lb com avanço de 115 pontos e o setembro/17, mais distante, também teve ganhos de 115 pontos, a 154,10 cents/lb.
Durante a sessão de hoje, as cotações do arábica oscilaram dos dois lados da tabela. Pela manhã, o mercado recuou um pouco em ajustes técnicos e de olho no clima que melhorou no cinturão produtivo do Brasil. No entanto, o tom altista voltou a tomar conta do mercado, estendendo os ganhos da véspera, com altas de mais de 100 pontos. Essa é a terceira sessão consecutiva de alta no mercado. De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, recompras de fundos deram suporte às altas registradas no dia. “Bom humor global sustenta compras”, disse o especialista em seu boletim Dia a Dia no Campo.
Do lado baixista, pesa sobre o mercado as melhores condições climáticas no Brasil. Segundo o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, em seu informativo, ainda que as áreas de café arábica têm visto melhores volumes de chuvas e que é esperada uma boa produção, o estado do Espírito Santo, no Brasil, que enfrenta uma seca, deverá determinar na decisão do governo brasileiro de importar café robusta (conilon), o que diretamente influenciaria nos preços do arábica.
Segundo a Climatempo, para as próximas semanas há previsão de redução do volume de chuvas sobre o cinturão cafeicultor do Brasil. Esse cenário favorece melhora das condições fitossanitárias. A Somar Meteorologia acrescenta que as precipitações sobre o Espírito Santo, embora reduzidas, serão suficientes para minimizar as perdas de umidade do solo. As informações são do CNC (Conselho Nacional do Café).
Nas estimativas da Cooxupé, a safra deste ano do Brasil deve totalizar entre 45 e 48 milhões de sacas de 60 kg, uma quebra de até 17% em relação a 2016. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra 2017 do país entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon (robusta). Uma redução entre 15% e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.
Também pesa sobre o mercado o câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity. O dólar fechou a sessão de hoje com alta de 0,28%, cotado a R$ 3,0928 na venda, em ajustes. Na semana, acumulou, no entanto, acumulou queda 0,53% e, em nove semanas consecutivas de baixa, a perda foi de 8,78%, segundo a Reuters.
Importação de café robusta
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, a importação de café robusta (conilon) pelo Brasil depende apenas de duas portarias, uma sobre a análise de risco fitossanitário do produto do Vietnã e outra oficializando uma cota de importação com tarifa reduzida. Elas devem ser publicadas nos próximos dias.
Na terça-feira (15), o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aprovou, por unanimidade, a redução de 10% para 2% do imposto de importação para o café robusta . A medida se aplica a cota de até 1 milhão de sacas de 60 kg (ou 250 mil sacas mensais), entre fevereiro e maio de 2017.
O Gecex aprovou a aplicação da alíquota máxima 35% a toda importação de café verde (todo o café arábica e, no caso do conilon, no montante que exceder a cota determinada). Anteriormente, a alíquota para importação de qualquer tipo de café era de 10%. As informações são do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Para o analista Marcus Magalhães, se o Brasil vier a importar café, o mercado internacional irá entender que, consequentemente, o Brasil não possui esse café disponível para exportação. Com isso, a tendência para o robusta é altista – logo, a demanda pelo café arábica, nesse cenário, poderá aumentar, assim como as cotações.
Comercialização safra 2016/17
A comercialização da safra 2016/17 (julho/junho) de café do Brasil chegou a 81% até o dia 13 de fevereiro, segundo dados da consultoria Safras & Mercado. Esse número traz um avanço de 3% em relação ao mês anterior, quando 79% da produção estava comprometida. A consultoria estima a safra passada do Brasil em 55,1 milhões de sacas. Com isso, já foram comercializadas 44,75 milhões de sacas de 60 kg do grão.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a comercialização de café no Brasil andou de forma mais lenta ao longo do último mês de janeiro no Brasil, mas dentro da cadência normal para uma entressafra. “O produtor aparece um pouco mais nas altas e se afasta quando o mercado recua, o que reduz a fluidez do mercado e abre espaço para indicações erráticas de preços, uma vez que a baixa liquidez favorece distorções nas cotações”, afirma. De acordo com o analista, ficou mais comum o comprador mais curto e necessitado forçar preço acima do mercado para tentar sensibilizar o vendedor.
Leilão da Conab
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realiza na próxima quinta-feira (23) o terceiro leilão de venda de café. Serão ofertadas mais 150 mil sacas de 60 kg de café arábica da safra 2009/10 (aviso nº 036/2017), por meio do Sistema Eletrônico de Comercialização (SEC), na modalidade mista. Os grãos estão em armazéns da autarquia nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Mercado interno
Com a queda recente nas cotações internas do café, os negócios seguem lentos nas principais praças de comercialização do Brasil. Em reporte recente, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Esalq/USP) destacou a queda nas exportações tanto de arábica quanto de robusta. Na parcial (entre julho/16 e janeiro/17), o volume de café verde embarcado totaliza 18,21 milhões de sacas de 60 kg, 8,8% abaixo do mesmo período da temporada anterior (2015/16) e 8,5% a menos que na de 2014/15, segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
“Pesquisadores do Cepea indicam que essa diminuição nas vendas totais está atrelada à forte redução de 91% nas exportações de café robusta que, por sua vez, se deve à baixa oferta nacional na safra 2016/17”, disse em nota.
O fechamento semanal ficou entre altas e baixas nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.
O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Guaxupé (MG) com alta de 2,41% (+R$ 13,00), encerrando a R$ 553,00 a saca. A cidade também teve o maior valor de negociação dentre as praças no período.
No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Franca (SP), com desvalorização de 1,89% (-R$ 10,00) e saca a R$ 520,00. Em Guaxupé (MG), foi registrado o maior valor no fechamento da semana com R$ 542,00 e recuo acumulado de -0,73% (-R$ 4,00).
O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Vitória (ES) com queda de 3,03% (-R$ 15,00) e saca a R$ 480,00. Três cidades tiveram maior valor no período, Espírito Santo do Pinhal (SP) (+1,96%), Média RS (+0,97%) e Patrocínio (MG) (+0,97%), ambas com R$ 520,00 a saca.
Na quinta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 501,31 com alta de 0,20%.
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