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O maior mercado de torrado e moído do mundo: consumo no Brasil
por CaféPoint:
Em fevereiro último, a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) divulgou os dados sobre o consumo doméstico de café em 2014, tanto volume consumido quanto hábitos de consumo. Um resumo encontra-se abaixo.
Volume. Depois de uma pequena queda no consumo em 2013, o volume de café bebido no Brasil no último ano se recuperou para o mesmo nível de 2012: 20,3 milhões de sacas de café verde. Esta recuperação anulou a queda do ano anterior. O consumo per capita também cresceu para 4,9 quilos de café torrado (ou 6,12 quilos de café verde), o que equivale a 81 litros da bebida por consumidor por ano. O consumo de café expandiu principalmente nas regiões Nordeste (+9,1%), Sul (+8,8%) e Centro-Oeste (+7,8%).
Penetração. O café tem presença quase universal nos lares brasileiros. 98,2% dos lares tem pelo menos uma pessoa que bebe café. São na verdade 2,8 pessoas, em média, bebendo café nestas casas cujo tamanho médio é de 3,4 pessoas.
Formato de venda. Em termos de valor, mais de 85% do café consumido no país foi vendido na forma de torrado e moído (T&M). As vendas de café torrado em grãos têm aumentado em consonância com a fatia de mercado do espresso e dos cafés especiais, enquanto as vendas de solúvel mantiveram-se estáveis pelos três últimos anos. Cápsulas representaram apenas 1,7% das vendas totais de café, em valor. Mesmo parecendo pouco, este número foi 55% maior que o do ano anterior.
Cápsulas. Esta pequena fatia de mercado das cápsulas é explicada por sua baixa penetração – apenas 1% dos lares brasileiros possui pelo menos uma máquina para cápsulas – e também por sua concentração econômico-social e geográfica. 90% dos lares que possuem uma máquina de cápsulas são da classe alta e sua maioria está localizada na região Sudeste. Isto pode mudar em breve à medida que cada vez mais companhias locais entram neste segmento de mercado; por outro lado, o preço (alto) da máquina ainda será um limitador para a expansão do mercado deste segmento no país.
Hábitos de consumo. A maioria dos brasileiros (78%) bebem café durante a manhã e geralmente o café é consumido em casa. O consumo fora do lar representa um terço do consumo total. A maioria dos que tomam café fora de casa são homens. Café de filtro é o processo preferido por 84% dos brasileiros. Para as classes mais altas, a bebida predileta é o espresso, que também é consumido por uma parcela considerável de 26% dos que pertencem a classes menos favorecidas. 44% dos brasileiros leva em consideração a qualidade do café no momento da compra e estas pessoas estariam dispostas a pagar mais por isso também. E a maioria dos consumidores declaram estar cientes dos benefícios à saúde associados ao hábito de se tomar café.
Concentração de mercado. É algo que tem crescido à medida que várias empresas líderes crescem a taxas de dois dígitos. Os dez maiores torrefadores representam cerca de 75% do mercado local, as cinquenta maiores empresas possuem uma fatia de 90% e as cem maiores de um universo estimado em 1.428 respondem por 95% do mercado.
Nossa opinião. Depois de mais de duas décadas de crescimento vigoroso, o consumo de café no Brasil parece perder momento e dá sinais de que atingiu sua maturidade. No âmbito macro, o período recente de crescimento da renda da população e do surgimento da nova classe média acabou e já teve seus impactos sobre o consumo de café. O setor agora está ficando com pouca margem para crescer ainda mais com um consumo amplamente espalhado pelo país. Com a maior parte do café sendo vendida como T&M, o que torna o Brasil de longe o maior mercado de café do mundo para este tipo de produto, bem a frente dos EUA e Alemanha, a agregação de valor por aumento de qualidade e/ou mudança para o formato monodose é boa para o aumento do valor de mercado e da rentabilidade do setor, mas não ajuda muito no aumento dos volumes consumidos. Os desafios da indústria de café são ainda maiores agora em um contexto de aumento da volatilidade dos preços do café e de dificuldades econômicas no país. Um olhar mais atento aos dados de crescimento regionais mostra que estratégias de promoção de consumo tradicionais talvez ainda sejam aplicáveis onde a penetração é menor, mas abordagens inovadoras são necessárias em mercados mais consolidados. Todos estes fatos clamam por abordagens criativas e inovadoras para promoção do produto para levar o consumo de café do Brasil a um novo patamar.
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