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O mercado teve uma semana mais ativa e otimista e a bolsa de NY acumulou alta

por Carvalhaes:

O mercado de café teve uma semana ativa e mais otimista. Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque, depois de fecharem em baixa na segunda e na terça-feira, reagiram e acumularam alta de 480 pontos na semana. Vários fatos contribuíram para a alta. O mais visível foi a queda acentuada do dólar frente ao real no decorrer da semana, principalmente ontem quinta-feira e hoje. A aprovação da reforma trabalhista pelo Senado Federal e a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva impulsionaram o movimento positivo que os mercados financeiros já apresentavam desde a segunda-feira. Declarações da Presidente do FED, o banco central americano, dando indícios que a alta dos juros nos EUA será branda, também contribuíram com o recuo do dólar.

Outros fatores que colaboraram com o cenário mais positivo foram o anúncio pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento dos estoques privados de café no Brasil em 31 de março último e a divulgação pelo CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil de mais uma queda, desta vez em junho, nas exportações brasileiras de café.

Com a divulgação dos embarques de junho, o CECAFÉ pode informar o total das exportações brasileiras de Café no ano-safra 2016/2017 (julho de 2016 a junho de 2017). Foram 32 906 287 scs de café, 7,42% menos que as 35 543 714 scs embarcadas no ano safra 2015/2016 e 10% inferiores as 36 603 370 scs do período 2014/2015.

Os embarques brasileiros caíram dois anos seguidos, e mesmo para chegarmos a esses embarques significativamente menores, tivemos que lançar mão do que restava dos estoques governamentais de café, zerados pela primeira vez em nossa longa história de maiores exportadores de café do mundo.

Nossos estoques privados de café no final de junho último, também devem estar entre os menores de nossa história. Para a CONAB, no final de março último os estoques privados brasileiros eram de 9,86 milhões de sacas. As exportações brasileiras de abril, maio e junho somaram 6, 86 milhões de sacas e nesse mesmo período nosso consumo interno, se adotarmos conservadores 20 milhões de sacas por ano (a ABIC estima aproximadamente 21 milhões), chegou a 4,8 milhões de sacas. Portanto, em três meses, desapareceram aproximadamente 11,66 milhões de sacas frente a um estoque privado no final de março (número da CONAB) de 9,86 milhões. Essa diferença de 1,8 milhão de sacas pode ser explicada em parte pelo uso dos primeiros lotes da nova safra, em processo de colheita, e também por um número de estoque no final de março subestimado pelos avaliadores da CONAB.

Mesmo que tenha havido um engano da CONAB, o que pode ter restado de café 2016 no final de junho? Certamente muito pouco frente as necessidades brasileiras anuais para exportação e consumo interno. Na prática também estamos sem estoques privados de café e daqui para frente contaremos apenas com os cafés de cada safra e esta que estamos colhendo é de ciclo baixo. Esses números começaram a levar as grandes indústrias mundiais a rever suas estratégias e já se nota um início de estreitamento nos deságios em relação às cotações na ICE.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de junho foram embarcadas 2.051.611 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 16 % (399.336 sacas) menos que no mesmo mês de 2016 e 20 % (523.562 sacas) menos que no último mês de maio. Foram 1.791.463 sacas de café arábica e 19.016 sacas de café conilon, totalizando 1.810.479 sacas de café verde, que somadas a 239.399 sacas de solúvel e 1.733 sacas de torrado, totalizaram 2.051.611 sacas de café embarcadas.

Até dia 14, os embarques de julho estavam em 466.849 sacas de café arábica, mais 65.365 sacas de café solúvel, totalizando 532.214 sacas embarcadas, contra 705.533 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 866.069 sacas, contra 1.136.907 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 7, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 14, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo 480 pontos ou US$ 6,35 (R$ 20,21) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 7 a R$ 559,27 por saca, e dia14, a R$ 562,94 por saca. Na sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 250 pontos.

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