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O nome dessa greve é Whatsapp”, diz representante de cooperativas

por Folha de São Paulo:

O produtor de café e presidente da associação de cooperativa OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Márcio Lopes, disse nesta quarta-feira (25) que o fim da greve dos caminhoneiros depende de medidas do governo para atender os pleitos do movimento, mas que não há um representante a quem o governo possa se dirigir e negociar diretamente.

“Esse negócio nasceu quase que espontâneo. Não é comandado por um líder. O nome da greve é Whatsapp”, disse. “O caminhoneiro de Roraima fala com o do Rio Grande do Sul, que fala com o do Rio Grande do Norte. É um processo que você não está acostumado a dominar.”

Segundo ele, para impedir a expansão da greve é preciso sinalizar que o governo vai atender os principais pleitos e assim tirar a tensão que existe atualmente sobre eles.

“Os caminhoneiros não têm dinheiro para pagar suas prestações. Subiu o diesel, subiu o IPVA [imposto do veículo], subiu o pneu. É o que eles falam. Que eles não conseguem sobreviver e é uma posição legítima”, disse.

A ajuda do governo para o financiamento dos caminhões, que criou mais oferta, acabou também por reduzir o preço do frete, o que foi prejudicial para a categoria.

“Eles estão vivendo um momento difícil no mercado. Não é só mexer só na tributação. É um conjunto de medidas. Não é simples. Digo isso estando nas duas pontas: na das cooperativas de produtores agropecuários, que é contratante de frete, e na das cooperativas de caminhoneiros.”

Lopes, que participou da reunião no Ministério dos Transportes, em Brasília, disse que alguns presidentes de sindicatos e de associações de caminhoneiros estiveram presentes também, mas que ninguém deu garantia de que seria capaz de desarmar a greve.

“Não foram eles que criaram. Eles podem só podem usar sua força para comunicar o processo que estiver em andamento”, concluiu.

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