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Pecuaristas pedem análise da vacina contra febre aftosa

por Folha de São Paulo:        

Há quase uma semana, 41 municípios do Amazonas recebem vacinação contra a febre aftosa. Segundo a Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror), cerca de 650 mil cabeças de gado devem ser imunizadas nos próximos 45 dias nos municípios do interior localizados em área de várzea. Foto :Foto: SEAPEC

A suspensão de compra de carne “in natura” brasileira pelos Estados Unidos na semana passada vem provocando acaloradas discussões na cadeia produtiva.

A Acrimat, entidade que representa os pecuaristas de Mato Grosso, pediu nesta terça-feira (27) ao ministro Blairo Maggi que sejam analisadas amostras dos lotes de vacina contra a febre aftosa usados na última campanha de vacinação.

A entidade quer um levantamento sobre a esterilidade e a eficiência da vacina e uma avaliação da qualidade dos seus componentes.

“Temos um problema. Ele não é generalizado, mas precisamos saber onde está”, diz Marco Túlio Duarte Soares, presidente da Acrimat.

Por esse motivo, a entidade pediu a avaliação do Ministério da Agricultura. O intuito, segundo Soares, é verificar se a indústria de vacina está fazendo uso “do produto mais adequado, do mais eficiente ou do mais barato”.

Segundo Soares, “é preciso verificar a composição química da vacina”. Existem exigências mínimas para a produção. “Qual é o padrão desse mínimo?”, pergunta.

“Nós, da indústria, estamos tranquilos sobre a produção, o controle e a qualidade da vacina”, afirma Emílio Salani, vice-presidente do Sindan, entidade que congrega as indústrias fabricantes da vacina contra a febre aftosa.

Sobre o pedido da Acrimat ao ministério, o representante do Sindan lembra: “Ele é importante porque poderemos responder oficialmente à questão”.

Soares, da Acrimat, destaca que é recomendado aos produtores que tenham todo o cuidado na higienização durante a vacinação.

Segundo ele, esses cuidados podem melhorar a qualidade da carne.

Mesmo os pecuaristas que adotam as melhores práticas vêm obtendo resultados ruins quando se utilizam de determinadas vacinas.

A indústria frigorífica também atribui incidência maior de abscessos na carne a parte das vacinas disponíveis. O resultado é o comprometimento da imagem do Brasil, o que faz o país perder competitividade, segundo Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).

Salani lembra que a indústria de vacina tem 100% de rastreabilidade do produto e que o governo tem 100% de controle.

“Estamos dispostos, no entanto, a sentar à mesa e discutir esse assunto com todo o setor”, diz ele.

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