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Preço do café não interessa a quem está no mercado físico, diz Carvalhaes

POR REDAÇÃO GLOBO RURAL:

Empresa avalia que movimento do mercado em Nova York descolou dos fundamentos e atende a interesses de fundos e especuladores

Os atuais preços do café não interessam a quem trabalha com o mercado físico, avalia, em boletim semanal, o Escritório Carvalhaes, de Santos (SP). De acordo com a empresa, a atual situação do mercado tem levado produtores a vender o café a valores abaixo dos custos e exportadores e torradores com margens reduzidas.

“Na semana que se encerra hoje (quinta-feira, 18 de abril) para os negócios no Brasil em razão do feriado da Sexta-feira Santa, o mercado físico de café permaneceu calmo, praticamente paralisado. Na segunda (15/4) e terça-feira (16/4), o baixo valor das ofertas já vinha dificultando o fechamento de negócios”, diz.

Nesta quinta-feira (18/4), na Bolsa de Nova York, os contratos futuros de café fecharam em alta, depois de atingirem na véspera a menor cotação em 14 anos. O vencimento mais negociado, julho de 2019, subiu 325 pontos (US$ 0,0325) e encerrou a sessão a US$ 0,9290 por libra-peso. Mas, desde o início do ano, a desvalorização é de 11,9%. Em 2 de janeiro, o contrato fechado a US$ 1,0545.

“Não adianta procurar explicação nos fundamentos de mercado. Nada mudou. Apenas o ambiente é bastante propício para fundos e especuladores em Nova York. Eles estão focados apenas nos ganhos de curto prazo. Não plantam nem industrializam café”, avalia o Escritório Carvalhaes.

No mercado interno, os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) subiram mais de 1% em relação a quarta-feira. A referência para o arábica fechou em R$ 382,11 a saca de 60 quilos. Para o robusta, o valor foi de R$ 290,11. No mês, as desvalorizações acumuladas são de 2,79% e de 4,08%, respectivamente.

A colheita da safra nova brasileira já começou. Segundo o Escritório Carvalhaes, o que se verifica é uma heterogeneidade nos cafezais. A falta de chuvas em dezembro e janeiro e depois a chuvas ocorridas em fevereiro levaram os frutos a diferentes estágios de maturação.

“Essa heterogeneidade está obrigando os cafeicultores a anteciparem o início dos trabalhos de colheita. Já dão como certa uma safra de pior qualidade. Levará ainda algum tempo para sabermos a renda média desta safra atípica”, avalia a empresa.

Em meio a este cenário de mercado, Carvalhaes informa que um cereja descascado de bom preparo pode ser encontrado por valores entre R$ 390 e R$ 400 a saca de 60 quilos. Um fino ou extra fino da Mogiana Paulista, sai de R$ 380 a R$ 390. Outros cafés de boa qualidade encerram a semana mais curta no Brasil cotados entre R$ 370 e R$ 380 a saca.

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