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Preços no Brasil atingem maior patamar em mais de um mês puxados pelas altas recentes na Bolsa de NY

por Notícias Agrícolas:

As cotações do café arábica no Brasil registraram no fim da semana passada um patamar que não era visto desde julho deste ano. Estimulados pela forte valorização na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) em meio as incertezas dos operadores em relação à safra 2017/18 do país e a queda nas exportações globais da commodity, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, anotou na sexta-feira (2) R$ 499,92 a saca de 60 kg.

“Após os produtores se distanciarem do mercado nos últimos meses, a recente valorização dos preços internos favoreceu negócios no Brasil na semana passada. Além disso, os cafeicultores continuam fazendo entregas de compromissos já firmados anteriormente”, explica o analista de mercado do café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), Renato Garcia Ribeiro.

Na quinta-feira (1º), o Indicador CEPEA para a variedade arábica chegou a registrar R$ 501,02 a saca, com alta de 3%. Esse patamar não era registrado pelo centro de estudos da USP no interior de São Paulo desde o dia 21 de julho. Segundo Garcia, a valorização dos preços no mercado interno foi motivada, principalmente, pelos ganhos registrados na Bolsa de Nova York, referência para os negócios no mundo, mas também está ligada à oferta apertada do grão no mercado.

“A Bolsa de Nova York subiu na última semana repercutindo as perspectivas de problemas na safra do Brasil. No entanto, acredito que ainda é um pouco cedo para confirmar isso uma vez que a maior florada ainda nem foi registrada. Além disso, a oferta está apertada como mostraram dados de exportação da OIC (Organização Internacional do Café) e Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil)”, ressalta Garcia. O terminal externo de café registrou ganhos acumulados de mais de 4% na semana passada.

Segundo o presidente do Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite), Armando Matielli, a próxima safra de café do Brasil já dá sinais de comprometimento por conta da derriça de folhas acima do normal. Para ele, o Brasil não produzirá nem 40 milhões de sacas na temporada 2017/18, número abaixo da necessidade total de exportação e consumo interno.

Apesar da recente valorização nos preços, a semana começou com poucos negócios no mercado interno e sem sua principal referência, a Bolsa de Nova York, que não funcionou hoje (5) por conta do feriado “Labor Day”, Dia do Trabalho nos Estados Unidos, voltando com o pregão normal apenas amanhã (6).

Para o analista do Cepea, o cenário nos preços internos não devem esboçar muitas mudanças nos próximos dias. “O café já vem se comportando na casa de R$ 490,00 e R$ 500,00 desde junho. Portanto, acredito que esse quadro não deve apresentar mudanças no curto prazo”, diz Garcia.

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 5,77% e saca a R$ 550,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 584,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 2,97% e saca a R$ 520,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 529,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu nem Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca e alta de 3,00%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão desta segunda-feira com leve alta. O contrato setembro/16 anotou US$ 1855,00 por tonelada com alta de US$ 14, o novembro/16 teve US$ 1877,00 por tonelada com avanço de US$ 12 e o janeiro/17 anotou US$ 1898,00 por tonelada com valorização de US$ 13.

Na sexta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 424,93 com alta de 0,47%.

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