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Preços seguem próximos de R$ 500/sc no Brasil, mas produtores esperam melhores oportunidades

por Notícias Agrícolas:

Apesar de o patamar de R$ 500,00 a saca de 60 kg voltar a ser registrado nos últimos dias nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com o café seguem limitados no país. Muitos produtores conseguiram realizar negócios em 2016 com preços em até R$ 600,00 e agora estão retraídos à espera de melhores oportunidades. O mercado interno brasileiro trabalhou nesta segunda-feira (16) sem sua principal referência, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US), mas manteve a tendência vista nos últimos dias.

O terminal externo não funcionou nesta segunda devido ao Feriado de Martin Luther King. As negociações serão retomadas amanhã (17).

“Os produtores conseguiram ajustar suas contas, então mais tranquilos em fazerem negócios. Estamos em um momento em que o cafeicultor só volta ao mercado nos momentos de alta ou entanto quando precisa fazer caixa”, afirma o analista de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), Renato Garcia Ribeiro.

Os preços do grão no Brasil, segundo Ribeiro, subiram nos últimos dias seguindo a ICE, que já repercute a instabilidade climática no Brasil. “O mercado reflete a realidade externa e já existe uma preocupação com o clima no Brasil, algumas regiões estão com chuva aquém do ano passado. Mas essa ainda é uma preocupação inicial com a safra”, afirma o analista do Centro.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou na última sexta-feira (13) a safra 2017 de café do Brasil em 44,4 milhões de sacas de 60 kg, com o arábica respondendo por 80,1% do total e o conilon por 19,9%. Para o café arábica, a estimativa da produção deve cair 16,7% em relação a 2016, tendo em vista que neste ano a safra foi impulsionada pelas condições climáticas favoráveis, notadamente nos principais estados produtores.

Além disso, 2016 foi considerado ano de bienalidade positiva, ou seja, quando as lavouras apresentam maior resposta em termos de produção, característica fisiológica intrínseca a esse tipo de café, que alterna ano de produção alta com ano de produção baixa.

“Mesmo com a safra boa no ano passado, os estoques não aumentaram. Neste ano, há a perspectiva de menor carga no Brasil por conta da bienalidade negativa das lavouras”, afirma Ribeiro. Dessa forma, a expectativa do analista do Cepea para 2017 não é de muitas mudanças em relação aos atuais patamares registrados no país. “Os preços devem se manter firmes ao longo de 2017. Apesar da apreensão com o clima, o cenário no mercado não deve ser de muitas mudanças”, afirma.

Apesar de o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimar maior produção brasileira e colombiana na safra 2016/17, os estoques para a temporada seguinte (2017/18) devem seguir apertados, uma vez que Vietnã e Indonésia, outros importantes países ofertantes, deverão produzir menos na atual temporada, reportou o Cepea em nota recente. Além disso, o consumo mundial deve aumentar em 2016/17.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 565,00 a saca – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve alta de 2,55% e saca a R$ 562,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 574,00 a saca – estável. A maior variação no dia dentre as praças aconteceu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,73% e saca a R$ 510,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP)  com alta com saca a R$ 540,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve queda de 2,96% e saca a R$ 491,00.

Na sexta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 516,55 com alta de 0,16%.

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