Durante o encontro realizado em Berlim, a tônica da discussão foi encontrar saída para uma remuneração justa ao cafeicultor
O Conselho Nacional do Café (CNC) tem colocado, permanentemente, a necessidade do mercado consumidor reconhecer que a estabilidade da oferta de café depende de um item fundamental: o preço pago ao produtor. São muitas as regras estabelecidas pelo consumo, mas nunca consideram o preço justo para o produtor. A reunião de Berlim se revestiu de importância pela pauta ali discutida, pois finalmente levaram em consideração as colocações do Conselho Nacional do Café, que representa as cooperativas de produção, responsáveis pela oferta de cerca de 80% do café produzido no Brasil. A tônica das discussões durante o encontro que contou com a presença de Natalia Carr do Conselho Nacional do Café (CNC), de Marcos Matos, diretor geral, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), de Eduardo Sampaio (Adido Agrícola) e de Eduardo Friguetto (conselheiro na embaixada brasileira), representando o maior produtor de café do mundo foi: renda vital no setor cafeeiro, transparência e rastreabilidade também em relação ao marco regulatório e a relação entre a crise climática e o setor cafeeiro como contribuinte e/ou parte afetada. Destacamos ainda o importante apoio do embaixador José Augusto Silveira de Andrade Filho (Representante Permanente do Brasil para Organizações Internacionais em Londres), de Heitor Granafei (Rebraslon) e do embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe Gomes de Mattos. “A presença do Brasil foi fundamental para mostrarmos que o país está alinhado às exigências do mercado que são factíveis – “necessidade de tempo para implantação”. Porém, destacamos que os produtores de todo o mundo têm a mesma percepção quanto aos aumentos dos custos de produção, sem que haja remuneração justa ao cafeicultor. A responsabilidade compartilhada (share responsability) foi uma das discussões centrais do encontro. Há unanimidade de que no formato atual, apenas o produtor está sendo penalizado”, explicou Natalia Carr, assessora técnica do CNC, que esteve no evento. O representante dos produtores de café de Camarões Morin Kamga Fobissie, destacou a necessidade de se discutir o preço justo pago aos cafeicultores, além do fato de que a nova regulamentação forçará o produtor a reduzir a área de produção, ficando ainda mais difícil se manter na atividade. Para ele, existe uma grande importância que as legislações e regulamentações propostas tenham a participação de todos os elos da cadeia cafeeira. “Precisamos desenvolver legislações que contemplem governos, produtores e indústrias. Do contrário, levará a exclusão de vários países produtores do circuito de produção de café mundial”. Wolfgang Weinmann, representante da GIZ (Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável), coordenador da força-tarefa público-privada da Organização Internacional do Café (OIC) elogiou a participação do Brasil no diálogo e disse que a entidade está desempenhando um papel fundamental de trabalho conjunto. Na foto, com Natalia Car, assessora técnica do CNC.