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Previsões otimistas fazem mercado em NY despencar mais de 700 pts e chegar as cotações mais baixas desde o início de 2014

por Notícias Agrícolas:

Nesta quinta-feira (21), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) despencaram mais de 700 pontos, previsões otimistas de oferta global de café e fatores técnicos contribuíram para a queda. Mais uma vez a sessão foi marcada por intensa volatilidade e o mercado registrou hoje a terceira sessão consecutiva de baixa, chegando, inclusive, aos patamares mais baixos desde 31 de janeiro de 2014.

O contrato julho/15 encerrou o pregão com 128,45 cents/lb e baixa de 755 pontos, o setembro/15 registrou 131,25 cents/lb e 745 pontos de recuo. O dezembro/15 teve 135,10 cents/lb e desvalorização de 730 pontos. Já o vencimento março/16 fechou o dia com 138,80 cents/lb e 730 pontos negativos.

Nesta quinta-feira, a trading suíça Volcafe, divisão da ED&F Man, elevou sua previsão para a produção global de café em 2015/16 para 154,5 milhões de sacas devido a uma melhoria na previsão para o Brasil e outros produtores. Nesta estimativa, espera-se que a colheita de café do nosso país seja de cerca de 52 milhões de sacas de 60 kg, cerca de 35,5 milhões de arábica e 16,5 milhões de café conilon.

Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, esses números recentes para a safra de café do Brasil nesta temporada não condizem com a realidade, principalmente para o café robusta. “Enquanto o mercado não tiver uma clareza de como será o tamanho da safra vamos ficar nessa volatilidade”, afirma.

Ainda de acordo com o analista, após esse tombo de hoje o mercado já pode estar precrificado. “Amanhã podemos ter recompras pelos níveis terem ficado excessivamente baixos. Eu não vejo motivos para novas batidas, podemos até ter um mercado mais lateralizado”, explica.

Segundo informações de agências internacionais, a alta do dólar contra o real no Brasil nesta quinta também contribuiu para a baixa pois levou movimento intenso à ponta vendedora. A moeda norte-americana subiu 1,3 por cento, a 3,0426 reais na venda

Vale lembrar que na semana passada três estimativas para a safra do Brasil foram divulgadas e algumas também chegaram a elevar a previsão de colheita do País, a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou 42,4 milhões de sacas, arábica: 31,4 milhões e robusta: 11 milhões, a do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou 52,4 milhões de sacas, arábica: 38 milhões e robusta: 14,4 milhões e a da Safras & Mercado acredita em colheita de 50,4 milhões de sacas, arábica: 36,1 milhões e robusta: 14,3 milhões).

Na maior cooperativa de café do Brasil, a Cooxupé, no Sul de Minas Gerais, a colheita já começou, mas deve se intensificar mesmo em junho. Segundo o presidente da instituição, Carlos Paulino da Costa, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta-feira, espera-se que a produção neste ano seja de 4,6 milhões de sacas de 60 kg. O número é um pouco maior que no ano passado por conta do aumento no número de cooperados e não da produção.

Mercado interno

No mercado físico, poucos negócios são concretizados, não há vendedor no mercado. Com a baixa em Nova York, os preços nas principais praças de comercialização do arábica Brasil também despencaram. “Infelizmente, a especulação sem precedentes nas bolsas tomou conta do negócio café”, afirma Magalhães.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP com saca cotada a R$ 510,00 – estável. A maior variação no dia foi na cidade de Guaxupé-MG com queda de 3,03%.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 480,00 e desvalorização de 3,03%. A oscilação mais expressiva foi em Franca-SP com recuo de 8,16% e saca cotada a R$ 450,00.

O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Araguarí-MG com R$ 470,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi ocorreu em Franca-SP com baixa de 4,44% e saca valendo R$ 430,00 e em Patrocínio-MG também com recuo de 4,44% e saca a R$ 430,00.

Na quarta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 0,82% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 427,77.

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