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PROCAFÉ: Ataque de lagartas em folhas de cafeeiro tem se agravado

Por: J.B. Matiello e Marcelo Jordão Filho – Engs Agrs Fundação Procafé, Lucas Ubiali e Leandro S. Andrade Engs Agrs
Bolsistas Fundação Procafe e J.R. Dias, L. Franco e Hernane de Souza, Engs Agrs Fdas Sertãozinho e Flávio dos Santos
Tec Agr. Consultor Super Safra Capelinha, via Fundação PROCAFÉ

Postado em: 30/04/21

O ataque de lagartas em folhas de cafeeiros que, no passado, ocorria de forma eventual, vem
se tornando um mal permanente, exigindo acompanhamento e controle.
As lagartas são as formas jovens (larvas) de borboletas ou de mariposas, que comem as
folhas pelas margens ou em furos no centro das folhas e destroem, parcial ou totalmente, o limbo
das folhas, reduzindo a área foliar da planta. Nas áreas atacadas podem ser observadas as lagartas,
muitas delas só à noite, e a presença de suas fezes.
Diversas espécies de lagartas já foram constatadas causando danos em folhas de cafeeiros,
citando-se, como as principais as do gênero Oxidia, ou lagarta mede palmo, as do gênero Automeris
ou taturana verde e a lagarta do gênero Eacles ou mariposa amarela. Outros gêneros menos comuns
são Podalia, Lonomia, Dalcera, Perigonia e Megalopyge.
Talvez por algum desequilíbrio, que deve estar ocorrendo, sendo o mais provável pelo uso
de alguns inseticidas, para o controle de broca e de bicho mineiros, o ataque de lagartas mede
palmos, do gênero Oxidia, se encontra generalizado, estando presente, em diferentes níveis de
danos, na maioria das lavouras cafeeiras. Suspeita-se, em algumas áreas, que o excesso de
nitrogênio também possa desequilibrar.
Embora, em muitos casos, os ataques das lagartas em si causem menores danos econômicos
na lavoura, o problema é seu efeito indireto, facilitando a entrada das doenças. Tem sido observado
em campo, com grande frequência, que o ataque de lagartas na folhagem se constitui num dos
fatores que favorecem o ataque de Phoma-Ascochyta e Pseudomonas. Isto por que os furos e
ferimentos, feitos pelas lagartas, abrem caminho para a penetração dos fungos/bactérias. Por isso, é
conveniente, nas áreas propícias a Phoma- Ascochyta ou Pseudomonas, associar o controle das
doenças ao também controle das lagartas.
As lagartas possuem muitos inimigos naturais: os pássaros, as vespas, as moscas etc. Por
isso que desequilíbrios por inseticidas favorecem o ataque das lagartas, pois afetam os inimigos
naturais. Quando necessário, para reduzir a população de lagartas, pode-se efetuar o controle
químico, através de pulverizações com inseticidas a base de piretróides, de triclorfom, metomil,
Bacillus thurigiensis e de alguns inseticidas usuais para controle de bicho mineiro como
Clorantreniprole, Ciantroliniprole, Spinosade e Metoxifenozida + Espinetofuran. Normalmente os
inseticidas funcionam bem sobre as lagartas ainda jovens. Dependendo do modo de ação do
inseticida ou da combinação entre eles, especialmente para lagartas que se alimentam à noite, as
pulverizações noturnas são mais adequadas. Outro cuidado é que, sempre que se usar piretróides é
indicado combinar um acaricida, pois eles costumam desiquilibrar para ácaros.

 

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