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Procafé: CONSTATAÇÃO DA BROCA DOS RAMOS TAMBÉM EM CAFEEIROS ARÁBICAS

Por: J.B. Matiello – Engº Agrº Fundação Procafé; C.A. Krohling e M.J. Fornazier – Engºs Agrºs do Incaper e Claudinei de
Sales Silva, Téc. Agr. Pref. Munic. Mantenópolis-ES

Postado em: 06/07/21

A broca-dos-ramos de cafeeiros (Xilosandrus compactus) foi observada agora, pela primeira
vez, ocorrendo em plantas de café da espécie Coffea arabica.
A broca-dos-ramos é um pequeno coleóptero da família Curculionideae, sub família
Scolytidae (mesma da broca dos frutos), sendo praga importante em cafeeiros Robusta da África e
Ásia e também no Equador. No Brasil, a primeira constatação foi em 1998em parcelas de cafeeiros
Robusta (Coffea canephora) no Sul da Bahia (Matiello et al.; 1998). De forma mais abrangente a
praga também foi constatada novamente em 2005 nas Regiões Norte, Central e Sul do estado do
Espírito Santo, em cafeeiros conilon (C. canephora) (Daré & Fornazier, 2005; Matiello et al., 2005;
Fornazier et al., 2009). Em 2009 foi observada em cafeeiros Robusta na região das Matas de Minas,
MG (Matiello et al., 2009). Em 2015 foi constatada, nessa mesma região de MG, em cafeeiros das
espécies C. liberica e C. congensis, em uma coleção do CEPEC. Em 2019 ela foi observada em
cafeeiros Robusta em Rondônia (Matiello et al.; 2019).
A maior incidência da broca de ramos, em condições de campo, sempre foi observada em
cafeeiros de materiais genéticos ou clones com maior proximidade de cultivares do grupo Robusta,
quando comparado com cultivares de Conilon (Fornazier et al., 2009, 2011). A cultivar Apoatã
parece apresentar maior suscetibilidade à praga (Matiello et al., 2011).
A constatação do ataque da broca-dos-ramos em cafeeiros Arábica foi feita em junho/2021
em lavoura de 2 anos, de cafeeiros da cultivar Arara, no município de Mantenópolis, Região
Noroeste do estado do ES, em altitude 730 de metros. Essa área é adjacente a plantios de diversos
clones do grupo Conilon, que apresentavam infestação do inseto. Os sintomas/sinais de ocorrência
da praga foram observados pelo aparecimento de ramos laterais secos em algumas plantas, nos quais
foram verificados pequenos orifícios, semelhantes aos sintomas descritos para o Robusta e Conilon.
Cortando-se longitudinalmente o ramo nessa região verificou-se presença de galeria interna na
região da medula, onde foram encontrados adultos de X. compactus (ver ilustrações na figura).
Quanto ao controle não existem resultados experimentais, porém indica-se a execução de
podas sanitárias, cortando-se os ramos atacados, um pouco abaixo da região morta, e procedendo
sua coleta e queima, visando redução da população da praga. É provável que o uso de práticas de
controle químico da broca dos frutos também tenha alguma ação sobre a broca dos ramos.
Por último, destaca-se que a broca dos ramos, no geral, mesmo nas lavouras de robustaconillon, não tem causado danos econômicos importantes, pois o ataque tem ficado restrito a alguns
ramos e a algumas plantas.

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