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Procafé: É VIÁVEL A COLHEITA MECANIZADA DE CAFEZAIS DE 1ª SAFRA

Por : J. B. Matiello e Lucas Bartelega – Engs Agrs Fundação Procafé e Hernane de Souza, Lucas Franco e J. Renato Dias –
Engs Agrs Fdas Sertãozinho e Guy Carvalho – Eng Agr Consultor em cafeicultura e André Reis – Eng Agr Maqreis

Postado em: 21/07/21

As lavouras de café de 1ª safra oferecem algumas dificuldades para a colheita mecanizada, porém,
com adaptações, ela pode ser bem viável.
Muitos produtores tem evitado colher, mecanicamente, os cafeeiros na 1ª safra. Essa preocupação
até certo ponto procede, pois os cafeeiros, ainda novos, ficam mais sujeitos aos danos nos ponteiros, onde
existe uma grande área de ramos em crescimento, aptos para produzirem no ano seguinte. Também existe a
ponderação de que a colheita manual, nesses cafeeiros de porte pequeno, é fácil e tem bom rendimento.
As características dos cafeeiros de 1ª safra, que dificultam a colheita mecanizada, são,
principalmente – a produção de frutos se dá na parte dos ramos bem perto do tronco, onde as varetas tem
dificuldade de alcançar, e, ainda, os ramos produtivos se encontram bem rente ao chão, e a plataforma da
esteira da máquina fica mais alta e, também, esses ramos baixos dificultam o fechamento dos gomos da
esteira recolhedora. Nesse aspecto, cafeeiros de variedades de porte alto se adaptam melhor à colheita
mecanizada em sua safra inicial.
O grande número de lavouras renovadas, em extensas áreas, requer a viabilização da colheita
mecanizada também na safra inicial dos cafeeiros. Para isso, duas alternativas se apresentam – a primeira é
utilizar máquina mais adequada, como a TDI mini e a segunda é o uso de máquinas maiores. porém adaptadas
para esse tipo de colheita. As duas principais adaptações realizadas consistem no rebaixamento da máquina
e a colocação de hastes mais longas, e, ainda, deve-se retirar hastes mais altas, deixando somente aquelas
que coincidem na altura correspondente àquela dos ramos produtivos das lavouras novas. Como as hastes
longas causam danos severos ao tronco, ainda tenro, das plantas jovens, surgiu um terceiro tipo de adaptação,
constando da colocação de mangueiras plásticas ou pontas protetora emborrachadas na ponta das hastes, para
maior alcance dos frutos que ficam junto ao tronco e para menores danos ao tronco. Testes feitos mostraram
um acréscimo de 17% para o uso dos extensores, com seu maior efeito nas colhedeiras convencionais
(Santinato F. et alli, In- Anais do 41º CBPC, Fund. Procafé, 2015, p. 93). Atualmente existem, no mercado, protetores de ponteiras das varetas, de silicone e de borracha.
Outras indicações com vistas a tornar mais eficiente a colheita mecânica de cafeeiros de primeira
safra, nos quais os frutos são mais “agarrados” e as plantas ainda não apresentam uma massa suficiente para
fazer atrito e segurar os rolos derriçadores, são as seguintes : usar rolos com mais varetas e apertar o freio,
com a regulagem em cerca de 7-10 Kgf; a máquina deve ter possibilidade de abrir ou fechar a distância entre
rolos; e, como já citado anteriormente, a máquina deve ter boa capacidade de rebaixamento, pois boa parte
dos frutos se encontra nos ramos da parte baixa das plantas, da saia. Por essa última razão, no caso de colheita
em áreas mais declivosas, é preciso avaliar se vale a pena, pois, ao nivelar a máquina ela vai colher apenas
pequena porção, a mais alta, da planta. Por fim, destaca-se que, mesmo que restem frutos de café na passada
da máquina, ainda assim compensa, pois o repasse, manual, fica bem rápido.
Nas Fdas Sertãozinho, em Botelhos, Sul de MG, nesses 2 últimos anos, vem sendo colhidos diversos
talhões de cafeeiros nas primeiras safras. Na figura 2 podem ser observadas as imagens referentes à colheita
recente (julho/21) de uma área com cafeeiros Catuai 62. A colhedeira usada foi a Matão compacta,
tracionada, operando a velocidades entre 0,7 a 1,2 km/h, vibrações de 900 ciclos/min. e freio de 7 kgf. Pode
ser vista a retirada dos colares com varetas centrais, correspondentes à parte alta dos cafeeiros, onde os ramos
laterais, mais novos, ainda não produziram frutos, assim evitando injurias neles. Este procedimento deve ser
adotado, inclusive, em lavouras pouco mais velhas, porem ainda nas primeiras safras, onde a área de ramos
laterais superiores (mais junto ao ponteiro) é maior e precisa ser preservada. A parcela de frutos remanescente
nas plantas, em boa parte composta por frutos ainda verdes, será colhida, por repasse manual, após um
período n

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