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Produção de café na China tem aumentado nos últimos vinte anos
por CaféPoint:
A produção de café na China tem aumentado rapidamente nos últimos vinte anos. Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) indicam que a produção em 2013/2014 alcançou 1,9 milhão de sacas e se duplica a cada cinco anos. Isso faria da China o 14o produtor de café do mundo, à frente da Costa Rica, mas atrás da Nicarágua.
Esse crescimento da produção tem sido apoiado por um importante investimento no setor, tanto do setor público como do privado. A Associação de Café de Yunnan anunciou recentemente planos para investir US$ 480 milhões em café nos próximos dez anos. Esse investimento será utilizado para melhorar a qualidade do solo, a construção de centros de pesquisa e proporcionar capacitação aos produtores de café, ampliando tanto a área de plantação como a produção.
A produção de café na região de Yunnan também tem sido promovida pela diminuição dos preços do chá, o que torna o café significativamente mais remunerativo.
Existe certo debate sobre a qualidade atual da produção da China. Em geral, considera-se que não cumprem as normas de cafés especiais, que ainda são muito altas para serem utilizadas exclusivamente para o consumo local. Os produtores recentemente tem se voltado para outras variedades, incluindo Typica e Bourbon, que podem trazer uma maior rentabilidade.
A participação do setor privado na produção de café da China também vem crescendo recentemente. A Nestlé está presente na província de Yunnan desde o final de 1980 e tem aumentado de forma significativa sua compra e investimentos nos últimos anos. Em 2013, a Nestlé assinou um memorando de entendimento com o governo local de Pu’er para investir em um centro regional de café. A Starbucks também vem buscando ampliar sua presença na região, com a abertura de um centro de apoio aos agricultores em 2012 para a adaptação de variedades alternativas com ênfase na melhora da qualidade.
Por outro lado, em outubro de 2014, a empresa Volcafé anunciou planos para se associar com uma empresa local, Simao Arabicasm Coffee Company, de origem, processo e exportação de grãos de café chineses ao mercado internacional.
Paralelamente a seus níveis de produção, as exportações de café da China têm aumentado consideravelmente nos últimos vinte anos. Em termos absolutos, de apenas 58.000 sacas em 1994/1995, a China exportou 1,2 milhão de sacas em 2013/2014, um aumento de quase vinte vezes. Cerca de 90% das exportações da China estão na forma não processada; café verde e produtos solúveis em média têm uma participação de 4% cada um nos últimos cinco anos.
Quanto ao destino, nos últimos cinco anos, a China exportou café para 97 países diferentes de todo o mundo, ainda que 71% desses envios tenham sido somente para cinco países. A Alemanha é o principal destino, representando 40% do total exportado nos últimos cinco anos, onde o café é processado e reexportado.
O setor de café na China está gerando um interesse significativo, como era de se esperar; o extraordinário crescimento exibido, tanto na produção, como no consumo, tem o potencial de alterar a paisagem cafeeira de maneira imprevisível. Com base nas estatísticas oficiais do governo e dados derivados, a produção estima-se em pouco mais de 1,9 milhão de sacas e o consumo em pouco menos de 1,9 milhão, e crescendo a taxas de dois dígitos. Deve-se, no entanto, levar em conta que estas estimativas são significativamente mais altas que outras fontes, que vão entre 1,1 a 1,5 milhão de sacas. Isso poderia explicar o aumento no consumo de café produzido no país, mas sugere que todos os dados devem ser tratados com cuidado.
A produção de café arábica na província de Yunnan cresceu substancialmente e a Associação de Café de Yunnan estabeleceu um objetivo de 4 milhões de sacas em 2020. As estatísticas de importação/exportação da China sugerem que uma proporção crescente da produção local está sendo consumida internamente. Esta tendência se ajusta à narrativa que as empresas que participam na oferta e demanda na China, como Nestlé e Starbucks, estão investindo cada vez mais na produção de café na China com o fim de abastecer o mercado local com misturas e produtos especialmente direcionados.
O impacto global do setor cafeeiro chinês na economia mundial de café ainda não está determinado. A China atualmente é uma presença neutra em termos gerais no balanço global. No entanto, a dinâmica dessas duas tendências são muito diferentes, com uma produção composta quase em sua totalidade de café arábica e o consumo atualmente favorecendo o robusta.
As informações são do FoodNewsLatam.com / Tradução por Juliana Santin
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