NOTÍCIAS

Programa busca eficiência na utilização da água no café

por DCI | Sustentabilidade:

São Paulo – Há muito tempo o café brasileiro não só tem correspondido à procura externa, como também melhorado a qualidade exigida pelos consumidores mundo afora.

No entanto, o grande diferencial é que a produção brasileira do grão tem se adequado a regras ambientais cada vez mais rígidas para o uso do solo no País, o que exige inovação.

Um ponto que demonstra a preocupação e a eficiência do setor cafeeiro é que apenas 10% dos 2,2 milhões de hectares de área plantada utilizam água na sua produção, segundo a Fundação Prócafé.

“Nós observamos os investimentos e a evolução da tecnologia na lavoura, na colheita e na irrigação”, declarou o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Nelson Carvalhaes.

Boa parte desse volume de recursos hídricos é utilizada na pulverização, que consome cerca de mil litros por hectare. Já no processo de pós-colheita, o consumo do nível dágua é considerado baixíssimo.

A irrigação também não foge desse contexto. O destaque é um novo sistema, chamado de “Estresse Hídrico Controlado”, em que o produtor consegue suspender a irrigação por até 72 dias – necessário em períodos longos de seca.

Esse mecanismo controla o excesso de recursos hídricos obtidos no período de chuvas e faz a irrigação durante a estiagem, de acordo com as necessidades fisiológicas da plantas. “Com isso, temos floradas mais homogêneas e diminui-se a maturação irregular na árvore de café”, destaca.

Um estudo feito pela Embrapa Café aponta que até 30% da área brasileira da cultura utiliza métodos de irrigação modernos, com equipamentos que reduzem o uso para uma média de mil litros de água por quilo de café. De acordo com o CeCafé, isso resultou em queda de 50% no consumo do recurso natural em relação há cinco anos.

Um dos exemplos da sustentabilidade com recursos hídricos é o grupo OCoffee, onde 60% da produção total (1,1 mil hectares) atua com irrigação. “Às vezes você não tem água na hora certa para a florada. Então, usamos a irrigação da propriedade”, afirma o diretor executivo da companhia, Edgar Bressani.

Outro mecanismo utilizado na propriedade é de fertirrigação. Primeiro se identifica quais os níveis necessários de fertilizantes, para, posteriormente, adubar a área, o que resulta em economia de funcionários e máquinas, segundo o executivo do grupo cafeeiro.

Certificação

A certificação é outro ponto de reflexão na produção do café brasileiro. Hoje, cerca de 20% do total produzido no País possuí algum selo ambiental.

Isso vem acontecendo com o aumento de produtividade. Segundo o Conselho, há 20 anos a área plantada com o grão correspondia a cinco milhões de hectares na comparação com os atuais 2,2 milhões. Por outro lado, o rendimento registrou um salto importante: passou de 7 sacas para 25 sacas por hectare.

“Com quase 40% do mercado mundial, o Brasil terá que aumentar a sua produção, já que, até 2025, o mundo consumirá até 30 milhões de sacas a mais. Isso significa aumentar ainda mais a produtividade”, disse Carvalhaes, do CeCafé.

Notícias Relacionadas