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Rabobank: Ásia, em especial China, deve ser região do mundo em que consumo mais vai aumentar

por Agência Estado:

Por Augusto Decker*

O consumo global de café vem aumentando no mundo. A perspectiva para o futuro, no entanto, é que a Ásia, impulsionada pela China, dê continuidade ao avanço, de acordo com o analista sênior do Rabobank, Guilherme Morya. Em apresentação no Encontro Nacional da Indústria de Café (Encafé), na Bahia, ele mostrou que o consumo do gigante asiático em 2018 foi de cerca de 4 milhões de sacas. Já a Coreia do Sul, cerca de 3 milhões de sacas e Japão, 8 milhões de sacas. Portanto, mesmo com o baixo consumo por capita dos chineses, o país já consegue ter consumo total próximo dos outros países asiáticos. “O chinês consome, em média, 13 xícaras por ano de café. Na Coreia do Sul, a média é de 244 xícaras e no Japão, 300”, afirmou. “Um pequeno incremento de consumo na China já provocaria grande impacto no mercado”, afirmou, dizendo que seria “perfeitamente normal” que o consumo do país suba para 30 xícaras/dia, ou até 50.

De acordo com Morya, o consumo chinês fora do lar deve ter crescimento especialmente expressivo, já que companhias de café de todo o mundo estão investindo no país. “Até 2022, Starbucks pretende ter 6 mil lojas no país; Lucky Coffee, também 6 mil; Costa Café, 1.200; e Pacific Coffee, 500”, afirmou ele, com base nos planos de negócios divulgados pelas próprias companhias.

Além de China, outros mercados asiáticos, como Vietnã, Indonésia e Taiwan, também estão crescendo. “A Ásia está bastante aquecida”, disse ele.

Além do continente asiático, o Rabobank também vê crescimento expressivo na América Latina. “Deve aumentar US$ 5 bilhões em receita até 2024; do total, US$ 3,4 bilhões deve ser do Brasil”, disse Morya. “E também é bom ver que há expectativa de crescimento em Argentina, México, Colômbia e Chile. São mercados menos observados, mas que demonstram consumo interessante.” O analista destacou que a América Latina costuma ter foco maior no café torrado e moído, mas que o solúvel também está voltando às prateleiras. “Quem está começando a tomar café agora costuma querer algo prático e com qualidade.”

*O repórter viaja a convite da Abic

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