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Revista Cocapec – Bicho Mineiro: Controle agora e tenha uma safra tranquila

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Autor: Willian César Freiria – Engenheiro Agrônomo / Uniagro:

por Revista Cocapec: 

O ataque da praga tem intensidade variada em diferentes regiões

 

 

Uma praga antes considerada por muitos como secundária, tem se tornado cada vez mais significante nos dias de hoje. O bicho mineiro (leucoptera coffeella), vem acarretando inúmeros prejuízos a cada ano que passa, podendo causar perdas que variam entre 30% e 80% na produtividade do cafeeiro, e até 75% de desfolha, dependendo da severidade e do momento de ataque. Isto porque a infestação causa a morte do tecido que foi alimentado pelas larvas e, consequentemente, a queda prematura das folhas causando inúmeros danos.

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Larva de Bicho mineiro em um clássico ataque da praga.

Este inseto tem seu auge de desenvolvimento na época de poucas chuvas e calor intenso, ocasionam os maiores danos na época da seca, coincidindo com a colheita, aumentado inumeramente a dificuldade no trânsito de maquinários no cafeeiro e assim seu controle quando necessário.

Bicho 2

Após a desfolha a principal fase que é prejudicada é a florada.

Dessa forma, aumentam-se cada vez mais as estratégias de controle da praga, com intuito de atravessar a safra sem danos ao cafezal e sem a necessidade de aplicações neste período. Uma dessas maneiras é utilização de inseticidas sistêmicos via solo (Tiametoxam e Imidacloprid), que apresentam bons resultados, com o período de controle entorno de 90 dias.

Porém, em determinados casos, somente a aplicação via solo não tem sido suficiente para o combate do bicho mineiro, obrigando o produtor a fazer aplicações foliares para o seu controle. Sendo assim, uma das estratégias é entrar com inseticidas protetores, no final do período das chuvas, momento em que as plantas ainda estão com um bom desenvolvimento fisiológico, e que auxilia na absorção do princípio ativo, atravessando todo o período de colheita. Inúmeras moléculas estão disponíveis hoje no mercado, e cada uma tem sua particularidade e capacidade, deixando assim sob critério e necessidade de cada produtor e consultor esta escolha.

Outra forma que pode ser mais econômica é a aplicação de inseticidas com maior poder curativo, inserindo o produto no momento em que a praga atinge seu dano econômico que é de 20% de infestação. O fator negativo é que este nível é atingido durante a colheita e, conforme já foi citado, isso se torna um trabalho muito difícil, correndo o risco de não ser feita, e assim aumentando os prejuízos. Outro ponto que vale ressalva é em relação a qualidade das aplicações, que devem ser feitas em períodos em que a planta está mais ativa fisiologicamente, que é diferente do período de ataques, reduzindo a eficiência do controle.

“As perdas que variam entre 30% e 80% na produtividade do cafeeiro, e até 75% de desfolha”

Por ser uma praga em que a evolução de incidência necessita de baixa umidade e altas temperaturas, seu ataque tem intensidade variada em diferentes regiões.  Como é o caso do cerrado mineiro, noroeste e centro-oeste de Minas Gerais e oeste da Bahia que por suas elevadas temperaturas, tornam o ciclo da praga mais curta e com isso a intensidade maior do ataque, já que o número de posturas nas folhas será ainda maior, ocasionando desfolhas drásticas e com isso grande perda na produtividade. Esta intensidade de ataque pode ser encontrada em diferentes condições até mesmo dentro da Alta Mogiana onde a região de Cristais Paulista sofre uma intensidade de ataque bem maior que a região mineira de Ibiraci, por exemplo, devido as condições de temperatura e umidade.

Sendo assim, cada produtor, com o conhecimento de sua região e auxílio do Departamento Técnico da COCAPEC, pode definir o melhor tipo de controle para sua lavoura diminuindo assim os prejuízos causados pela praga, levando em consideração cada um dos controles discutidos aqui, buscando a melhor performance do produto  e controle da praga, aumentando a possibilidade de sucesso no seu controle.

Vale ressaltar que a desfolha causada por esta praga traz diversos prejuízos principalmente na florada, pois nesta fase a planta ainda não teve tempo de se regenerar e pode abortar grande parte do seu potencial, reduzindo drasticamente a sua produtividade no próximo ano.

 

 

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