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Revista Cocapec: Cooperado Miguel Jorge Gomes – a vitalidade que vem da cafeicultura

por Revista Cocapec 118:

O nosso personagem de hoje vem de Claraval/MG, o cooperado número 130, que aos 67 anos esbanja vitalidade e ostenta uma lavoura de quase 40 anos que tem uma produção de dar inveja a muitas por aí. Vamos conhecer nesta edição a história de Miguel Jorge Gomes.

Nascido na cafeicultura, mais precisamente na comunidade Porteira da Pedra em Claraval/MG, desde pequeno, junto com seus irmãos, já ajudava na lavoura. Aos 17 anos perdeu seu pai, que deixou 5 mil pés de café e 18 alqueires que foram conduzidos em sociedade pela família. “Minha mãe ficou viúva com 40 anos, e meu irmão mais novo tinha só um ano e meio, então ela disse que os mais velhos precisavam ajudar a cuidar dos mais jovens e assim a gente trabalhava tudo junto”. Com o falecimento de seu pai ele foi morar com um irmão que nesta época já havia casado e tinha comprado uma outra propriedade.

Aos 22 anos, já estava casado, voltou a morar no sítio da família. E após 5 anos de união nasceu sua filha Giuvânia. Alguns anos depois ele desfez a sociedade com o seu irmão e passou a tocar com o apoio da sua mulher, já falecida, e da filha, que se tornou seu braço direito. Ele conta que desde de pequena ela sempre ajudou em casa e na lavoura, e foi com esse apoio que eles foram se desenvolvendo.

Sr. Miguel ficou com uma lavoura com 4.500 pés de café da variedade catuaí, que já na primeira safra rendeu 80 sacas. “Depositei essa produção num armazém aqui em Claraval e um dia fui lá vender, era um momento bom de preço. Me ofereceram 4.500,00 por saca no dinheiro da época e eu disse que ia ver em outros lugares, mas que voltava pra falar quanto eu tinha conseguido”. Nesse momento, ele foi até Franca/SP e procurou vários lugares para tentar vender seu café, e chegou até a Cocap, que tinha sua sede na rua Diogo Feijó. “Quem falou comigo foi o Sr. Jordão (José Carlos Jordão da Silva), disse que o café tava em alta e que me pagava 5 mil livre. Foi aí que ele me chamou para ser cooperado, me explicou como funcionava, que eu tinha que integralizar o capital, que na época era 3 sacas de café, e isso era um valor alto. Eu perguntei se poderia pagar uma saca por ano, e ele disse que sim, e aí eu virei cooperado”.

De volta a Claraval, já como associado de uma cooperativa, Sr. Miguel foi ao armazém, como havia prometido, e disse que tinha conseguido um preço melhor, e então eles cobriram a oferta e ele concretizou o negócio. De acordo com o produtor, esta foi a única vez que ele vendeu café fora da cooperativa após ter entrado na sociedade.

Mas a lavoura que rendeu as 80 sacas e viabilizou sua entrada na Cocap ficou bastante debilitada devida a alta carga, e ele correu o risco de perdê-la. “Ficou toda desfolhada, eu achei que ela fosse morrer, fiquei muito desesperado, pois só tinha essa plantação”. Foi aí que viu a importância de ser cooperado e conheceu o seu primeiro agrônomo, Maurício Miarelli. O profissional fez uma análise da situação e o orientou para não cortar, pois havia a possibilidade de um tratamento. “Ele recomendou calcário e outros produtos, colheu amostras e disse para observar se ela iria vegetar quando começasse a chover, senão recuperasse ele prometeu a dar mudas para que eu plantasse no meio da rua [do café]. Graças a Deus choveu e ela começou a brotar, aí ele recomendou a usar ureia, e como naquela época chovia muito era seguro usar, e disse para eu pulverizar também. No final de dezembro tava até escura de tanta folha”. Ele conta que com a produção no ano seguinte pagou todo o tratamento aplicado. Já na safra da frente ela surpreendeu rendendo 250 sacas, só que aí o cafezal já estava forte e não teve mais problema. Ele reconhece que se não fosse a orientação técnica sua história teria sido diferente, pois foi pela assistência que conseguiu recuperar sua única plantação.

Esta icônica lavoura de quase 40 anos é praticamente um personagem na vida do Sr. Miguel e continua produzindo impressionantes 250 sacas, de acordo com o cooperado. Ele ressalta que o segredo está nos tratamentos que realiza sempre acima dos padrões, e busca aplicar os produtos nos períodos corretos e as podas necessárias, e atribui também o resultado a qualidade da terra.

Quando houve a transição da Cocap para Cocapec Sr. Miguel disse que sempre ficou muito tranquilo, pois confiava na proposta de mudar para o Distrito Industrial e ter um armazém próprio. Da mesma maneira ele comenta que a instalação da unidade em Claraval foi muito natural e apoiada pelos produtores que, segundo ele são muito unidos na região. Já com a Cocapec em funcionamento muitos cafeicultores se tornaram cooperados e o núcleo se estabeleceu no município.

Sr. Miguel reconhece como o cooperativismo foi importante na sua vida. “Foi como eu consegui me estruturar, tive muito apoio, principalmente no início, mas claro que não foi nada fácil, mas hoje estou aqui”.

Ao percorrer a propriedade com a nossa equipe de reportagem ele mostrou uma lavoura que um dia foi do seu pai mas que ele precisou vender e disse ter um objetivo. “Essa parte eu vendi contrariado e ainda vou comprar de novo. Falei isso para pessoa que comprou na época, ela já sabendo” [Risos].

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