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Revista Cocapec: Cooperativa investe para agregar valor e acessar novos mercados

por Revista Cocapec:

DSC_0539 (Copy)A Cocapec, a partir da safra de 2017, iniciou um novo processo para a identificação de cafés especiais. Após a denominada classificação/prova comercial, os grãos finos que foram detectados passaram a ser analisados através da classificação americana da SCAA (Specialty Coffee Association of American) para prova sensorial, realizada pelos Q-graders da cooperativa (profissionais habilitados para pontuar café). (Veja mais detalhes sobre o procedimento na Revista Cocapec nº 105  p.10).

O resultado de tudo isso já foi comprovado durante o 15º Concurso de Qualidade do Café – Região da Alta Mogiana, em que a cooperativa foi responsável pelo envio de mais de 40% das amostras participantes, e cooperados obtiveram uma excelente colocação. Além disso, muitos outros lotes fora do certame já tiveram remuneração acima por conta da qualidade superior e também pelo trabalho realizado pela equipe comercial do café, que sempre está em busca de mercados específicos, oferecendo a oportunidade de liquidez ao produtor.

Café (1) (Copy)É o caso de Sérgio Nakamura, cooperado de Franca/SP, e vencedor do Concurso de Qualidade da Cocapec em 2011, promovido exclusivamente pela Cocapec. Sérgio relata que produz naturalmente um café diferenciado devido as condições ambientais. “Estamos há quase 1000 metros de altitude, e isso nos beneficia a ter qualidade. Fazemos o trabalho normal, realizando os cuidados na secagem como movimentar sempre e não deixar tomar chuva”. O produtor sinaliza também total confiança na atuação do setor para trabalhar os seus cafés. “O Higor [colaborador do departamento] me ligou dizendo que eu tinha um lote diferenciado e que tinha um comprador interessado, dei o sinal verde para ele efetivar a negociação e tive um bom ágio por saca”. Sérgio informa ainda que vem acompanhando todas as mudanças realizadas no setor. “Eu participei de uma reunião com o Saulo [superintendente do café] logo que ele assumiu, e desde então venho acompanhando o investimento nessa área. É muito importante ter essa opção, claro que cabe ao produtor decidir se vale a pena” finaliza.

Outro produtor que já sente a evolução do departamento é André Luiz Spirlandeli (Picolé),Café (2) (Copy) de Pedregulho/SP que teve um ágio na negociação de um lote por conta da sua qualidade diferenciada em 2017. Assim como o primeiro cooperado, André Luiz destaca as características regionais como favoráveis para obtenção da qualidade na sua produção, mas ressalta o importante trabalho que faz na secagem. “O nosso café já tem uma bebida muito boa, o que fazemos para melhorar isso é ter uma secagem bem feita, como controlar a temperatura do secador por exemplo”. André diz ainda que tem uma habilidade para identificar os lotes diferenciados e que tem total liberdade para trocar informações com os colaboradores na cooperativa. “Eu tenho uma boa percepção, quando olho e vejo o aspecto já me chama atenção que aquele lote pode ser especial, depois eu converso com o Guilherme [colaborador do departamento] pois tenho abertura para fazer isso, o que só me traz benefício”. De acordo com o cooperado, há 3 anos ele já negocia cafés especiais pela cooperativa e agora fica muito satisfeito com a estruturação. “Fico muito contente em ver que a cooperativa começou a olhar para esse caminho, pois é muito melhor vender pela Cocapec, pois nela negociamos todos os tipos de cafés, não só os especiais, esse era um desejo antigo dos cooperados, pois é um mercado que está crescendo e precisamos participar”.

Café (3) (Copy)Já para o cooperado finalista do 15º Concurso de Qualidade da alta Mogiana, Luiz Gustavo Guimarães Correa (Zecão), com propriedade localizada entre Cássia e Ibiraci em Minas Gerais, a produção de grãos especiais é uma realidade de muitos anos. De acordo com ele, o foco nesse cultivo já existe desde 2003 quando se formou em engenharia agronômica. “Logo que terminei a faculdade já pensei em fazer algo nesse sentido, e em seguida procurei uma certificação, que por sua vez faz muitas exigências, e que são importantes. Depois fiz cursos, participei de palestras e o resultado é um café diferenciado”. A fazenda de Zecão também fica em uma região privilegiada, há mais de 1200 metros de altitude, o que não significa que ele não atua para melhorar esse potencial. “A minha propriedade não é grande e não tem como eu ampliar, por isso tenho que agregar valor. E para isso, eu tenho 8 variedades diferentes, todas divididas por talhão, e faço a separação também na secagem e na máquina. Além disso, eu procuro colher com o menor percentual de verde possível e uso o lavador, que já faz uma separação”. O resultado de tudo isso é a alta pontuação que, de acordo com o cooperado, todos bebem 83 pontos acima, com exceção do café de varreção. O produtor informa ainda que já faz esse trabalho direcionado a qualidade há algum tempo com a Cocapec. “Não é de agora que levo meu café para ser preparado na selecionadora eletrônica para poder exportar, e sempre tive total apoio, tenho contato direto com o Túlio [colaborador do departamento] e sempre tiro opinião com ele. Acredito que com toda essa mudança no setor isso vai ficar ainda melhor, porque os compradores vão saber dessa nova estrutura da cooperativa e vão vir atrás, eu estou muito satisfeito”, finaliza.

DSC_0118 (Copy) DSC_0122 (Copy)Neste momento a Cocapec dá mais um importante passo neste seguimento, a instalação de um moderno laboratório para cafés especiais. O espaço será exclusivo para trabalhar grãos finos e será equipado com o que há de melhor no mercado. O local contará com um torrador de última geração da marca líder Probat Leogap, um moinho, sistema de filtragem e pressurização de água, além de mesas de trabalho e novos métodos de extração para mostrar a versatilidade dos cafés dos cooperados aos inúmeros clientes que visitam a cooperativa todos os anos. O superintendente do café, Saulo Faleiros, explica a importância do investimento e como isso colaborará na abertura de mercados. “Para pontuar café existe todo um protocolo que deve ser seguido, e este trabalho não é rápido, tudo isso porque nossa produção vai para diversos países no mundo, e lá existe outros profissionais que aplicam o mesmo método e a análise precisa bater, por isso temos que ter um local bem equipado, com gente treinada, para termos credibilidade e conseguir efetivar a venda”.

Saulo destaca também que o mercado que a Cocapec busca é bastante ambicioso. “Existe vários seguimentos e todos possuem um tipo de comprador, o que nós queremos em relação aos especiais é fazer isso em escala, com volume, pois só assim conseguiremos agregar valor no café da Alta Mogiana. A cooperativa detém hoje cerca de 65% da produção regional, e isso nos dá a possibilidade de abastecer esse tipo de mercado e batalhar os melhores preços”.

Somado a tudo que foi feito até agora, como capacitação da equipe, estrutura de atendimento, criação da Plataforma Agronegócio para acompanhamento do mercado, o laboratório vem consolidar esse novo serviço da cooperativa para os seus cooperados, e se tornar referência também quando o assunto for cafés especiais.

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