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Safra brasileira de café avança, com produto de boa qualidade

por Folha de São Paulo:

29.out.2012/Na Lata
Agricultora peneira grãos de café em fazenda certificada pela ONG Imaflora, em Espírito Santo do Pinhal (SP). O trabalho do agrônomo Luís Fernando Guedes Pinto, que faz parte da ONG, é um dos finalistas do Prêmio de Empreendedor Social 2012, concedido pela Folha de S.Paulo e pela Fundação Schwab. (Foto: Na Lata) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Agricultora peneira grãos de café em fazenda em Espírito Santo do Pinhal (SP)

A produção brasileira de café se mostra um pouco melhor do que se previa inicialmente. Essa mudança de cenário ocorre devido às chuvas do início do ano.

A qualidade do produto é boa, e o efeito das recentes chuvas só dá para ser avaliado em algumas semanas.

A avaliação é de Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado. Segundo ele, a renda do café também é melhor. Ou seja, é necessária uma quantidade menor de grãos para encher uma saca do produto beneficiado.

“E isso é positivo para os números finais de produção”, diz ele.

A colheita de café conilon avança mais rápido do que a do arábica, devido às melhores condições climáticas no Espírito Santo. O Estado é o principal produtor nacional do café conilon.

Os números mais recentes da Safras indicam uma colheita total de café de 51,1 milhões de sacas no Brasil. Se confirmado, esse volume fica 8% inferior ao da safra anterior.

Barabach destaca que, enquanto a produção de café arábica recua 14%, a de conilon sobe 20%.

A estimativa da Safras indica um volume de 39,6 milhões de sacas para o café arábica em 2017/18 e de 11,5 milhões para o conilon.

Apesar da evolução de 20% neste ano, a produção desse último tipo de café ainda está bem distante do potencial.

Em 2014/15, o Brasil chegou a produzir 16,4 milhões de sacas de café conilon, mas dois anos seguidos de seca reduziram a produção para um patamar inferior a 10 milhões de sacas.

O mercado externo não tem dificuldade para encontrar café, segundo o consultor. Neste primeiro semestre se deslocou para Colômbia, para países da América Central e para a Ásia.

Com o avanço da safra brasileira, os importadores voltarão para o país no segundo semestre. O Brasil detém um terço do mercado mundial de café.

A Colômbia é um dos exemplos citados por Barabach. A produção do país vizinho somou 14,6 milhões de sacas nos últimos 12 meses até maio, 16% mais do que em igual período anterior.

Nesse mesmo período, as exportações subiram para 13 milhões de sacas, 15% mais do que as de junho de 2014 a maio de 2015.

A Colômbia passou por um período de renovação de cafezais nos últimos anos. A produção chegou a recuar para até 7 milhões de sacas por ano.

RITMO LENTO

A avaliação do mercado externo é que houve uma redução do deficit mundial. Portanto, as compras são feitas em ritmo mais lento.

Os importadores só vão acelerar as compras se houver algum sinal de risco em lavouras de grande potencial produtivo, como a brasileira. Do contrário, vão manter esse ritmo lento de compras, segundo Barabach.

A comercialização de café e as exportações brasileiras estão mais lentas do que o normal neste ano. Esse cenário, somado às perspectivas de uma produção um pouco mais otimista, deve elevar os estoques finais da safra 2017/18.

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Nova York – O primeiro contrato futuro do café foi negociado a US$ 1,29 por libra-peso nesta quarta-feira (31) na Bolsa de commodities de Nova York.

Em queda – O recuo foi de 2,1% no dia. Em relação ao valor de um mês atrás, a retração é de 1,3% nessa Bolsa.

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