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Se a China cooperar, agronegócio brasileiro avança na próxima década
por Folha de São Paulo:
A agropecuária brasileira vai ter um bom desempenho na próxima década, não obstante uma possível perda no ritmo da demanda –tanto internamente como externamente– e de queda nos preços das commodities.
Parte desses problemas deverá ser compensada pelo aumento de produtividade e por um câmbio mais favorável às exportações.
A avaliação consta do novo relatório da OCDE e da FAO sobre a agricultura no mundo. As entidades apontam expectativas de produção e exportações para 2024.
O país vai depender também da economia chinesa, atualmente o mais importante destino par alguns produtos brasileiros, com destaque para a soja.
A oleaginosa vai continuar sendo a principal força do agronegócio brasileiro, inclusive com preços remuneradores. Os números apontados pela OCDE e FAO parecem, no entanto, um pouco modestos para o ano 2024.
Elas preveem uma produção de 108 milhões de toneladas para as oleaginosas, e esses produtos deverão ocupar uma área de 34,3 milhões de hectares.
Quanto à produtividade, o salta será pequeno, com a produção subindo para apenas 3.150 quilos por hectare. O Brasil manterá continuará sendo um dos principais exportadores de soja no mundo, mas a moagem interna vai aumentar devido ao avanço da produção de proteínas.
AÇÚCAR
Outro destaque da produção brasileira será o açúcar. Líder mundial, o país deverá produzir 48,4 milhões de toneladas em 2024. As exportações ficarão próximas de 32 milhões de toneladas.
Já a produção de etanol poderá ficar próxima de 43 bilhões de litros, mas pouco será destinado à exportação. Açúcar e etanol deverão elevar a produção de cana-de-açúcar para 884 milhões de toneladas, que será colhida em uma área de 11,5 milhões de hectares.
O café, produto que tem gerado grandes discussões a respeito do volume de safra nos últimos anos, deverá atingir 61 milhões de sacas em 2024. A OCDE parte de uma safra de 45 milhões de sacas em 2014/15.
As produções de arroz e de trigo sobem em ritmo menor. A primeira atingirá 9,6 milhões de toneladas, com evolução anual de 1,6%, enquanto a de trigo vai para 11 milhões de toneladas, uma alta de 4% ao ano.
A OCDE vê, ainda, um bom desenvolvimento do setor de frutas no país, cuja demanda interna vem crescendo. As exportações, no entanto, ainda oscilam muito.
Outro setor de destaque é o de piscicultura. As perspectivas são boas, com possível evolução de 52% até 2024.
CARNES
A produção brasileira de carnes poderá ser incentivada pela forte aceleração de preços nos próximos anos.
A carne suína deverá subir 5,9% ao ano, enquanto a bovina terá evolução de 4,4%.
Já a carne de frango terá reajuste anual de 3,9% na produção.
Com isso, a produção de carne de frango avança para 16 milhões de toneladas (mais 22%). A bovina fica em 11 milhões de toneladas (16%), enquanto a suína atingirá 4,3 milhões de toneladas, com aumento de 24% na década.
O impacto da China na produção agrícola brasileira
O Brasil poderá ser o principal exportador mundial de grãos e de carnes em uma década. O bom desempenho do país vai depender, no entanto, do comportamento das economia de países desenvolvidos e emergentes.
Os olhos dos brasileiros se voltam, principalmente, para a China, país que vem ganhando grande importância no comércio de grãos nos últimos cinco anos.
Além disso, os chineses começam a abrir as portas também para as carnes brasileiras, o que pode gerar demanda e aumentar a produção e a exportação do Brasil.
A continuidade da demanda chinesa é importante não só pelo volume elevado das compras. Mas uma eventual retração nas compras vai depreciar os preços internacionais das commodities, afetando a renda dos produtores brasileiros.
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