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Sem ZCAS e sem ZCIT

por Climatempo:

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) são dois sistemas meteorológicos típicos do verão. Eles são responsáveis por uma grande porção do volume de chuva que ocorre durante um ano na maioria das áreas do Norte, do Nordeste, do Centro-Oeste e do Sudeste. A ZCAS traz a chuva volumosa para o Sudeste e para o Centro-Oeste. A (ZCIT) é responsável pela maior parte da chuva anual do Nordeste e do Norte do Brasil.

Uma combinação de fatores relacionados com a temperatura da água do mar em determinadas regiões dos oceanos Pacífico e Atlântico dificulta a formação destes dois importantes sistemas meteorológicos provedores de chuva.

Entenda porque as condições oceânicas e atmosféricas não estão favoráveis para a atuação destes sistemas neste verão.

O mapa mostra a anomalia (diferença entre a média e a situação real observada) da temperatura da superfície da água do mar. Os tons de azul indicam que a água está com temperatura abaixo do normal (anomalia negativa); o tons em vermelho-laranja indicam que a água do mar está com temperatura acima do normal (anomalia positiva).

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Entenda a situação observada no início de janeiro de 2015

Em 1: bolha de água quente que é comum no Pacífico Sul estava numa posição mais próxima da América do Sul, o que dificulta e enfraquece as massas polares que tentam avançar sobre a Argentina.

Consequência: as frentes frias neste verão tendem a ser mais fracas do que o normal. Menos frentes frias conseguem chegar ao Sudeste.

Em 2: a extensa faixa de água quente entre a região de Buenos Aires e o Rio de Janeiro, e que se prolonga pelo Atlântico Sul até a África, atua como uma barreira que dificulta a passagem do ar polar das frentes frias.

Consequência: poucas frentes frias conseguem ter força para passar por esta barreira; menos frentes frias conseguem chegar ao Sudeste do Brasil.

Em 3: as águas do oceano Atlântico entre o Rio Grande do Norte e o Amapá estão com temperatura abaixo da média, menos quentes do que o normal. Comparativamente estão “frias”.

Consequência: com a água menos quente (“fria”), a evaporação sobre o mar é menor; a água com temperatura abaixo do normal diminui a convecção.

Os gráficos explicam como é o processo normal de alimentação e distribuição de umidade sobre o Brasil feita pelos ventos Alíseos e pelo jato subtropical.

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O meteorologista Alexandre Nascimento explica a condição oceânica que enfraquece a atuação da ZCIT. Em seguida, a meteorologista Patricia Madeira explica a relação entre a diminuição do suprimento de umidade para a Amazônia e formação da ZCAS.

https://www.youtube.com/watch?v=aQizVcAtugk&x-yt-ts=1422579428&x-yt-cl=85114404

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