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Semana calma no mercado de café

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Semana calma no mercado de café
por Carvalhaes:
A semana apresentou-se calma para o mercado de café. Na ICE Futures US as cotações oscilaram com menor amplitude e na semana, os contratos com vencimento em julho próximo acumularam 120 pontos de alta. O dólar oscilou bastante frente ao real, ontem na abertura chegou a romper a barreira dos quatro reais para depois recuar um pouco. Na sexta-feira trabalhou em baixa moderada e fechou a semana praticamente no mesmo patamar de sexta-feira passada.
O mercado físico brasileiro sofre mais ainda com o sobe e desce do dólar frente ao real. O mercado é comprador e arábicas de boa qualidade são bastante procurados. Como as ofertas são baixas, muitos produtores adiam o fechamento de negócios aguardando melhores preços. Com o início antecipado dos trabalhos de colheita, está aumentando o número de lotes no mercado. São cafeicultores que precisam desocupar as tulhas para dar espaço aos cafés da nova safra.
Para não vender nas bases de preços praticadas atualmente pelo mercado, alguns produtores estão optando por depósito de seus lotes em armazéns gerais.
Os menores preços internacionais do café em uma década estão levando alguns agricultores da América Central e do Sul a pensar em abandonar suas fazendas, alimentando temores de uma crise na indústria. "A volatilidade está destruindo os meios de subsistência", disse John Steel, presidente-executivo da Cafédirect, uma das primeiras torrefadoras de café do Reino Unido a oferecer aos produtores preços do Comércio Justo. Segundo ele, os agricultores estão se juntando às caravanas de migração, enquanto em outros lugares as gerações mais jovens estão optando por sair da produção de café. Os baixos preços levaram os cafeicultores a abandonar suas fazendas na Guatemala, enquanto os agricultores colombianos se voltaram para a coca, que é processada em cocaína. Os preços do café arábica na ICE Futures US estão sendo negociados a cerca de 93 centavos de dólar por libra-peso, níveis não vistos em 13 anos e meio (fonte: Financial Times / CaféPoint).
O CMN - Conselho Monetário Nacional aprovou ontem, dia 25, em reunião ordinária, a distribuição dos recursos consignados no Orçamento Geral da União para as linhas de crédito do FUNCAFÉ - Fundo de Defesa da Economia Cafeeira para o exercício 2019, da seguinte forma: operações de Custeio, até R$ 1,3 bilhão; operações de Estocagem, até R$ 1,962 bilhão; Financiamento para Aquisição de Café, até R$ 1,149 bilhão; Financiamento para Recuperação de Cafezais Danificados, até R$ 10 milhões; Financiamento de Capital de Giro para Cooperativas de Produção e para Indústria de Café Solúvel e de Torrefação de Café, até R$ 650 milhões. A medida amplia o volume de recursos para operações de custeio em 18,2%, de estocagem em 5,4%, e de aquisição de café pela indústria em 8,1%.
Preocupado com a situação crítica na cafeicultura brasileira, o deputado federal Evair de Melo (PP-ES) enviou um pedido à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para que haja a revisão urgente dos preços mínimos do café definidos pela CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. A saca de conilon ficou em R$ 210,13 e o de arábica em R$ 362,53, ambos no período de abril de 2019 a março de 2020. Representante do parlamento brasileiro na 124ª Sessão do Conselho Internacional do Café no Quênia, Evair considera que os valores não equalizam os aumentos dos preços dos insumos e dos investimentos na produção.
Após floradas precoces em 2018 e altas temperaturas em janeiro e dezembro que aceleraram a maturação dos frutos nos cafezais, os trabalhos de colheita foram antecipados este ano em grande parte das regiões produtoras brasileiras de conilon e arábica. Devido ao grande número de floradas a qualidade média da nova safra deverá cair em relação à de 2018. Com a seca de dezembro e janeiro, o porcentual de café de peneiras mais altas em 2019 também deverá ser menor que na safra anterior.
Até dia 25, os embarques de abril estavam em 1.670.402 sacas de café arábica, 128.660 sacas de café conillon, mais 147.566 sacas de café solúvel, totalizando 1.946.628 sacas embarcadas, contra 2.289.211 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 25, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 2.718.145 sacas, contra 3.080.692 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 18, quinta-feira, até o fechamento de dia 25, subiu nos contratos para entrega em julho, próximo 120 pontos ou US$ 1,59 (R$ 6,25) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 18 a R$ 482,95 por saca, e dia 25 a R$ 489,31. Na sexta-feira, dia 25, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 75 pontos.
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