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Semana: CNC coordena seminário sobre estatísticas do café

por P1 / Ascom CNC:
 

BALANÇO SEMANAL — 14 a 18/05/2018

 
CNC coordena seminário para aprimoramento interno e alinhamento internacional das estatísticas do café

ESTATÍSTICAS — Na sexta-feira passada, 11 de maio, o CNC realizou o Seminário “Estatísticas Brasileiras de Café – Aprimoramento Doméstico e Alinhamento Internacional”, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília (DF). O evento contou com a participação de todos os representantes da cadeia produtiva, do Governo Federal, de renomadas instituições de ensino e pesquisa, representantes do agro com passagem relevante pela cafeicultura e do diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), José Sette.

O presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, anota que a realização do Seminário é consequência do trabalho de longa data do Conselho Nacional do Café de acompanhamento e participação nas ações de política cafeeira mundial, no âmbito da Organização Internacional do Café (OIC), principalmente em relação ao aumento da credibilidade das estatísticas do setor cafeeiro.

Desde setembro de 2016, em decorrência das discussões ocorridas na 117ª Sessão do Conselho Internacional do Café, a OIC está realizando um profundo exame nos dados estatísticos que publica. No boletim trimestral estatístico de janeiro de 2017, os volumes produzidos pelos países exportadores foram revisados, inclusive retroativamente. Desde essa data, a Organização deixou de publicar os números oficiais de safra fornecidos pelo governo do Brasil, estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas também não divulgou claramente a metodologia empregada para chegar aos novos números de safra e estoques brasileiros e dos outros países produtores.

Frente a esse cenário, o objetivo do CNC ao organizar o Seminário foi de promover um debate sobre as metodologias adotadas no Brasil para estimar dados de produção, estoques e consumo de café, que entendemos ser o primeiro passo no sentido de alcançar alinhamento entre as estatísticas domésticas e internacionais.

Após as explanações, avaliamos que um dos principais encaminhamentos do evento foi o engajamento do setor privado no sentido de apoiar o Governo Federal a aprimorar as estatísticas geradas, sendo evidenciado o interesse de criação de um fórum permanente, no âmbito do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), para promover o ajuste no quadro de oferta e demanda do Brasil, com foco inicial na melhoria, principalmente, dos dados de estoques.

No que se refere ao volume armazenado, o CNC sugeriu a apresentação de um Projeto de Lei para tornar obrigatória a informação ao Governo dos estoques carregados por todos os segmentos da cadeia do agronegócio café.

Também houve comprometimento dos representantes dos diferentes segmentos da cadeia produtiva em apoiar a divulgação, junto às suas respectivas bases, da metodologia adotada pela Conab para estimar as safras cafeeiras, cuja acurácia surpreendeu os presentes nos quesitos uso de sensoriamento remoto e tecnologias de geoprocessamento e tratamentos estatísticos.

Como presidente executivo do CNC, entendemos e manifestamos que a parceria público-privada é fundamental para garantir a atualização permanente das tecnologias e o mapeamento que embasam as previsões de safra de café realizadas pela Conab.

Após as apresentações e debates realizados, as principais conclusões tomadas foram:

i)             Promover internalização da metodologia aplicada pela Conab nos levantamentos de safra nas regiões produtoras e entre os associados das entidades de representação nacional dos diferentes segmentos da cadeia produtiva e divulgar essa metodologia internacionalmente, pois o Brasil está muito avançado em relação a outros países produtores de café. Essa é uma forma de ampliar a credibilidade dos números gerados pela estatal, visto que há amplo desconhecimento sobre a forma como são executados os levantamentos de safra de café;

ii)            Estimular a parceria entre o setor privado e a Conab para que haja agilidade na atualização e na incorporação de novas tecnologias nos levantamentos de safra. Em relação ao aprimoramento do volume armazenado pelo setor privado, representantes da cadeia se comprometeram a efetivar esforço conjunto para o levantamento dos estoques e vendas de associados no mercado interno, propondo, futuramente, a assinatura de um termo de cooperação com a Conab;

iii)           Avaliar a possibilidade de contratação de auditoria independente para validar os resultados dos levantamentos da safra e do consumo brasileiros de café;

iv)           Estimular parcerias com universidades para o desenvolvimento de um modelo estatístico padrão de amostragem das propriedades dentro dos municípios e de modelo ‘agrometeorológico spectral’ para estimativa de produtividade;

v)            Fortalecimento do papel da Conab como entidade responsável por efetuar o fechamento/balanço, por ano safra ou ano civil, do fluxo de oferta e demanda dos cafés brasileiros, para validação nacional e internacional dessa importante informação estratégica;

vi)           Criação de um ambiente permanente de diálogo entre os setores público e privado, no âmbito do CDPC, visando ao aprimoramento das estatísticas brasileiras de café.

vii)          Proposta de auditoria internacional nas estatísticas de safra, estoques e consumo do Brasil, com o objetivo de “marketing mundial”, a qual, diante do cenário de inconsistências dos quadros de oferta e demanda, pode ser um dos mecanismos de recuperação de credibilidade.

Por fim, esperamos que este seja um primeiro passo em direção a um trabalho coordenado entre a cadeia produtiva e o Governo Federal para, juntos, alcançarmos a tão sonhada credibilidade de nosso sistema de estatísticas cafeeiras.

MERCADO — Os contratos futuros do café registraram perdas moderadas nesta semana no mercado internacional, à medida que as cotações registraram recuperação, na quarta e na quinta-feira, em função de ajustes técnicos.

Na ICE Futures US, o vencimento julho do contrato “C” recuou 150 pontos, encerrando a sessão de ontem a US$ 1,1790 por libra-peso. Já o vencimento julho do café robusta, negociado na ICE Futures Europe, fechou a quinta-feira a US$ 1.750 por tonelada, apresentando declínio de US$ 8 ante a semana anterior.

O dólar comercial teve mais uma semana de avanço frente ao real, sendo impulsionado, em parte, pela saída de investidores estrangeiros da bolsa brasileira. Os ganhos da moeda norte-americana permaneceram também após o mercado “digerir” a surpresa da manutenção da Selic em 6,5%. A divisa fechou ontem a R$ 3,7012, avançando 2,8% na semana.

De acordo com a Somar Meteorologia, o clima nas regiões produtoras de café do Brasil muda neste fim de semana, com a passagem de uma frente fria trazendo chuva ao cinturão, que variará entre 15 milímetros e 30 milímetros. Há, ainda, previsão de ventos fortes e possibilidade de queda de granizo em municípios situados acima de 1.000 metros.

Posteriormente, uma massa de ar frio, cujo centro sobre o oeste de Santa Catarina terá intensidade de 1.021 milibares, provocará queda da temperatura. “Não há potencial para geadas, já que a mínima alcançará valores em torno de 5 graus no sul de Minas Gerais na segunda-feira”, prevê a Somar.

Na quinta-feira, 17 de maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu segundo levantamento para a safra 2018 de café no Brasil, estimando a colheita em 58 milhões de sacas de 60 kg. Esse volume ficou superior à projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, em 10 de maio, previu a safra nacional em 55,3 milhões de sacas.

As cotações do arábica e do robusta subiram no mercado físico, impulsionadas pela elevação do dólar e acompanhando a recuperação de quarta e quinta-feira nos mercados futuros internacionais. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vendedores estiveram mais ativos e alguns negócios foram fechados com o conilon. Os indicadores calculados pela instituição para as duas variedades ficaram em R$ 444,31/saca (arábica) e a R$ 326,88/saca (robusta), com ganhos de 0,8% e 1,8%, respectivamente. 

Atenciosamente,

Deputado Silas Brasileiro
Presidente Executivo

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