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Semana é marcada por clima, logística e variante Delta: Café sobe mais de 5% em NY e Londres

Por Notícias Agrícolas:

Postado em: 30/08/21

A semana chega ao fim com valorização expressiva para mercado de café arábica e conilon. Dólar, condições climáticas no Brasil, vasta preocupação com a oferta global, problemas logísticos e variante Delta justificam as altas de 2,23% na Bolsa de Nova York e de 1,20% em Londres.

O café tipo arábica com vencimento em dezembro/21 teve alta de 420 pontos, valendo 192,20 cents/lbp, março/22 teve alta de 410 pontos, valendo 194,75 cents/lbp, maio/22 teve alta de 420 pontos, cotado a 195,80 cents/lbp e julho/22 teve alta de 430 pontos, valendo 196,45 cents/lbp.

No acumulado semanal, o contrato referência, dezembro/21 teve avanço de 5,69% em Nova York. Os preços de café mantêm o suporte na valorização do real ante ao dólar, incertezas quanto à entrega de café do Brasil no ano que vem e previsões climáticas indicando temperaturas acima da média no mês que vem.

“A Somar Meteorologia previu temperaturas acima da média no próximo mês para as regiões de cultivo de café do Brasil, o que pode prejudicar ainda mais os cafezais do Brasil”, destacou a análise do site internacional Barchart.

No Brasil, as previsões mais recentes indicam possibilidade de chuva em algumas áreas do parque cafeeiro nos próximos dias, mas ainda assim o cenário é de alerta, principalmente porque uma chuva sem continuidade, neste momento, poderia comprometer ainda mais o pegamento da florada da safra 22, que já sente os impactos da seca prolongada e duas geadas.

Além de lidar com as condições climáticas adversas, o produtor de café enfrenta problemas logísticos que parecem estar longe do fim. Dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que desde o segundo trimestre de 2021, apesar da expressiva safra do ano passado, os embarques de café do Brasil sentem os impactos dos gargalos logísticos observados mundo afora.

Notícias Agrícolas ouviu exportadora, analistas de mercado, o Centro do Comércio de Café de Vitória e o próprio Cecafé para entender com profundidade os impactos logísticos para o setor cafeeiro e as perspectivas de curto e longo prazo para um problema que atinge toda a cadeia produtiva do país.

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon com vencimento em novembro/21 teve alta de US$ 24 por tonelada, valendo US$ 2018, janeiro/22 teve valorização de US$ 26 por tonelada, cotado a US$ 1983, março/22 registrou valorização de US$ 16 por tonelada, valendo US$ 1947 e maio/22 subiu US$ 13 por tonelada, valendo US$ 1934.

No acumulado semanal, o contrato com vencimento em novembro/21 avançou 5,54%. No caso do conilon, além das preocupações com clima e logística, o mercado segue atento ao aumento de casos da variante Delta no Vietnã – maior produtor do grão.

“O café conilon está crescendo devido às preocupações com o fornecimento do Vietnã, o maior produtor mundial de robusta. O primeiro-ministro do Vietnã reforçou as restrições à pandemia e enviou soldados às ruas da cidade de Ho Chi Minh e de outras províncias vizinhas para impor restrições à pandemia que exigem que as pessoas não saiam de suas casas”, complementa o Barchart.

No Brasil, a ABICS divulgou nesta semana que o setor de solúvel passa por uma fase de transição e preocupação. Segundo Aguinaldo Lima, o custo elevado de matéria prima, assim como dificuldades logísticas deixam o setor em alerta.

“Após um primeiro quadrimestre com exportações crescentes, o desempenho começou a declinar a partir de maio em relação ao mesmo período de 2020. “Com essa mudança de tendência, o setor de solúvel reviu seus números para uma possível queda considerável no volume embarcado em 2021 frente a 2020, interrompendo três anos de evolução contínua”, aponta.

No Brasil, o mercado interno acompanhou e também encerrou a semana com valorização nas principais praças de comercialização do país.

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,66% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.100,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,15%, cotado a R$ 1.060,00, Araguarí/MG teve alta de 0,93%, cotado a R$ 1.080,00, Varginha/MG teve alta de 1,35%, valendo R$ 1.125,00, Campos Gerais/MG teve valorização de 1,67%, valendo R$ 1.097,00 e Franca/SP teve alta de 0,91%, valendo R$ 1.110,00.

O tipo cereja descascado teve alta de 1,50% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.150,00, Poços de Caldas/MG registrou valorização de 2,74%, valendo R$ 1.200,00, Varginha/MG teve alta de 1,28%, valendo R$ 1.185,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 1,58%, valendo R$ 1.157,00.

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