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Semana fecha com pressão do financeiro, mas suporte nos prejuízos da safra brasileira
por Carvalhaes:
As fortes chuvas e o calor sobre os cafezais do Paraná, São Paulo e Minas Gerais no decorrer do último verão adiantaram o amadurecimento dos frutos e levaram o mercado de café a trabalhar com a expectativa de entrada precoce da nova safra brasileira de café. Os trabalhos de colheita realmente começaram mais cedo em muitas regiões produtoras, mas chuvas inesperadas no final de maio e início de junho frustraram os operadores.
Interromperam os trabalhos de colheita, derrubaram na terra bom volume de frutos maduros, encharcaram terreiros lotados de frutos em trabalho de secagem ao sol e induziram a passagem de verde para “passa” de muitos frutos ainda em processo de amadurecimento nas árvores.
O resultado dessas chuvas fora de hora foi que ao invés da entrada precoce da nova safra brasileira de café, estamos enfrentando atraso considerável para que um fluxo normal de lotes de café 2016 chegue ao mercado. Também comprometeu a qualidade média da safra de arábica em processo de colheita e benefício.
São poucos os lotes oferecidos e menos ainda com qualidade. Os de melhor qualidade, colhidos e secos antes do início das chuvas estão sendo utilizados para cumprir contratos fechados com antecedência para entrega no início do novo ano safra ou então guardados para serem oferecidos apenas quando ficar clara a extensão da perda de qualidade dos cafés que estavam nos terreiros, dos que foram derrubados no solo e dos que ainda estão sendo colhidos. Já é certo que o volume de CDs finos será bem menor que o projetado por agrônomos e cafeicultores antes das inesperadas chuvas.
No decorrer desta semana chuvas leves e intermitentes voltaram a cair em diversas regiões produtoras. Registramos mais uma vez que a CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento ainda não divulgou o total dos estoques brasileiros, privados e públicos, de passagem da safra 2015 e anteriores. O ano safra brasileiro de café 2015/2016 termina oficialmente no próximo dia 30.
Surpreendentemente, o Reino Unido decidiu ontem, dia 23, sair da União Europeia e tornou-se o primeiro membro a deixar o bloco desde a sua fundação. Em consulta à população, cujo resultado foi divulgado na madrugada desta sexta-feira, o Brexit, referendo que decidiu pela saída, teve 52% dos votos a favor da saída e 48% pela permanência. Os mercados acordaram desnorteados pela inesperada decisão dos britânicos. As bolsas ao redor do mundo despencaram e a libra sofreu sua maior queda desde 1992. As cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque acompanharam a reação dos demais mercados e os contratos com vencimento em setembro próximo perderam hoje 575 pontos.
Em nossa opinião essa reação imediata é compreensível, mas os fundamentos do mercado de café são sólidos e suas cotações devem se recuperar após análises mais consistentes.
Com poucos lotes 2015 oferecidos e menos ainda da nova safra 2016, o mercado físico brasileiro trabalhou pouco esta semana, e hoje, com a surpresa da decisão britânica, permaneceu calmo, praticamente paralisado.
Até dia 23, os embarques de junho estavam em 1.170.404 sacas de café arábica, 54.837 sacas de café conillon, mais 171.560 sacas de café solúvel, totalizando 1.396.801 sacas embarcadas, contra 1.488.917 sacas no mesmo dia maio. Até o mesmo dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.882.678 sacas, contra 1.709.061 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 24, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 570 pontos ou US$ 7,54 (R$ 25,43) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 647,01 por saca, e hoje dia 24, a R$ 611,94 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 575 pontos.
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