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Semana: Volume de negócios foi pequeno

por Carvalhaes:

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil divulgou na última segunda-feira as exportações brasileiras de café em janeiro. Embarcamos 3,28 milhões de sacas de café, 20,8% mais que em janeiro de 2018, mas 16% menos que em dezembro passado. O volume exportado cresceu quase 21% quando comparamos com um ano atrás e é recorde histórico para um mês de janeiro. Infelizmente, o que chama mais a atenção é a queda no preço médio por saca. Em janeiro de 2018 o preço médio foi de US$ 160,95/saca e em janeiro de 2019 foi de US$ 133,53/saca, queda de 17%! Apesar do volume 21% maior, a receita cambial foi praticamente a mesma de janeiro de 2018, crescimento de apenas 0,2%, chegando a US$ 439 milhões.

A divulgação das exportações recordes brasileiras de café na segunda-feira, a previsão de chuvas mais amplas sobre os cafezais do sudeste brasileiro no final de semana e a intensificação da rolagem para maio dos contratos de café com vencimento em março próximo na ICE Futures US derrubaram com força as cotações em Nova Iorque. Os contratos para março perderam 465 pontos na semana e fecham a sexta-feira abaixo de um dólar por libra peso, a US$ 0,9795.

O recuo do dólar frente ao real em mais de um por cento na semana (em meio a muitas oscilações) completou o quadro negativo para o mercado físico brasileiro. Os compradores diminuíram o valor de suas ofertas levando os cafeicultores a se retraírem para aguardar preços melhores. O volume de negócios fechados foi pequeno frente às necessidades mensais de nosso consumo interno e exportação.

Chuvas abaixo da média e temperaturas que ultrapassaram os 30 graus no mês de janeiro deste ano são motivos que podem impactar a safra cafeeira brasileira de 2019 e ainda a de 2020. Esta realidade, no entanto, pode não se confirmar caso chova bem em fevereiro e em março, períodos em que estão acontecendo nos cafezais a granação e o crescimento dos ramos que vão determinar a produção do ano que vem.

Segundo o Departamento de Geoprocessamento da COOXUPÉ – Cooperativa de Guaxupé, o primeiro mês deste ano está sendo comparado ao mesmo período de 2014, quando a falta de chuva e o calor excessivo impactaram a safra daquele ano. Em janeiro de 2019, tendo como referência a média histórica controlada pelo departamento da Cooxupé, choveu apenas 47% do esperado no cerrado de Minas Gerais; 43% na média mogiana do estado de São Paulo e 41% no Sul de Minas. Somando essas três regiões a média do volume de chuvas chegou a 43,2% em relação ao que deveria ter chovido.

Além da baixa precipitação, o calor excessivo também é um fator preocupante. Enquanto a temperatura – de acordo com a média histórica – elevou 1 grau em janeiro de 2014, neste mesmo mês em 2019 a média histórica foi para 1,5 grau em toda área de ação da cooperativa. Além disso, os cafezais ficaram expostos a uma grande amplitude térmica cujas temperaturas mínima e máxima registraram 14 e 36 graus. A associação destes fatores pode comprometer o metabolismo do cafeeiro, com intensidades diferentes, de acordo com as características de cada região. Considerando toda área de ação da Cooxupé, foram 1.649 horas em que as lavouras dos municípios ficaram expostas a temperaturas próximas às temperaturas máximas ocorridas durante o mês de janeiro que, na maioria dos dias, ficou acima de 30 graus (Notícias Agrícolas – veja a matéria completa na seção Extra de nosso site).

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de janeiro foram embarcadas 3.285.302 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 21 % (565.259 sacas) mais que no mesmo mês de 2018 e 16 % (644.268 sacas) menos que no último mês de dezembro. Foram 2.908.704 sacas de café arábica e 138.537 sacas de café conilon, totalizando 3.047.241 sacas de café verde, que somadas a 236.644 sacas de solúvel e 1.417 sacas de torrado, totalizaram 3 285 302 sacas de café embarcadas.

Até dia 14, os embarques de fevereiro estavam em 928.504 sacas de café arábica, 10.933 sacas de café conillon, mais 48.014 sacas de café solúvel, totalizando 987.451 sacas embarcadas, contra 970.101 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 1.675.134 sacas, contra 1.477.711 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento do dia 15, caiu nos contratos para entrega em março, próximo 465 pontos ou US$ 6,15 (R$ 22,79) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 8 a R$ 505,96 por saca, e dia 15 a R$ 480,05. Na sexta-feira, dia 15, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 10 pontos.

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