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Sustentabilidade torna agronegócio mais rentável, apontam estudos

por Folha de São Paulo:

Produzir com sustentabilidade é um negócio economicamente viável para o produtor? Em geral, a máxima é que a sustentabilidade pode ser alcançada, desde que alguém pague a conta.

Três estudos relacionados ao tema buscam colocar luz nessa discussão. O resultado surpreende: a adoção de práticas de sustentabilidade pode ser um bom negócio.

Os investimentos direcionados à adoção de práticas voltadas às questões ambientais e sociais tornam os negócios mais rentáveis, competitivos e resilientes.

Imaflora, Sebrae/MG, Rabobank e pesquisadores do Cepea, da Esalq/USP e da Universidade de Oxford avaliaram a questão.

As principais conclusões são que, quanto melhor o desempenho socioambiental na propriedade, melhor será o resultado econômico.

Um produtor com alto desempenho socioambiental tende a ser um cliente com maior saúde financeira e, consequentemente, com menor risco para bancos.

Com isso, produz com custos menores, obtém produtividade maior e é mais eficiente, devido à adoção de uma boa gestão dos negócios.

Os estudos apontam que sustentabilidade com rendimento é coisa não só de grandes produtores mas de pequenos e médios.

CRÉDITO

Um dos estudos avalia o crédito e indica que ele faz a diferença para a sustentabilidade. O trabalho utilizou a política de sustentabilidade do Rabobank e buscou correlações entre saúde financeira e desempenho socioambiental.

Foram utilizadas 1.056 avaliações de 596 produtores clientes do banco em sete Estados de 2009 a 2013.

Mas o aspecto socioambiental, mesmo com benefícios, é considerado marginalmente na maior parte do crédito dado à agropecuária.

Um segundo estudo sobre a evolução socioambiental no país aborda as certificações e o papel delas no desempenho econômico. As fazendas com certificação levam a uma melhor gestão, com maior produtividade, mais receitas e eficiência produtiva.

A produção brasileira em sistemas de sustentabilidade aumentou nos últimos cinco anos, mas dados recentes indicam estabilização.

Essa perda de ritmo da adoção se deve aos argumentos de que os consumidores não valorizam o produto certificado, de que a implementação da certificação é cara e de que e empresas compradoras de commodities criam certificações próprias, às vezes com padrão menos rigoroso.

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