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Travas para a safra 21/22 de café arábica já ultrapassam os 20% nas principais regiões produtoras
A safra atual ainda está em processo de colheita, mas as explosões de preços entre novembro e dezembro do ano passado, além dos preços positivos no começo de 2020 e a alta do dólar garantiram que parte da safra do ano que vem (21/22) já esteja travada em mais de 20% nas principais regiões produtoras do país. Os números chamam atenção após os preços do café ficarem abaixo do esperado até novembro do ano passado.
Com a alta do dólar e as movimentações na Bolsa de Nova York (ICE Future US), analistas especializados no mercado futuro do café arábica afirmam que o travamento de preços na Bolsa ainda é a melhor opção para o produtor garantir os melhores preços e minimizar os impactos quando os preços estão abaixo do que o esperado pelo setor.
Veja o gráfico de preços do indicador Cepea para o café no Brasil nos últimos 12 meses:
No sul de Minas Gerais, área de atuação da Cooxupé e maior polo de produção do arábica, 26% da safra comercial (2021/22) já está travada. Segundo a cooperativa, os números dão sequência a alta de travas no mercado futuro, conforme aconteceu com a safra atual – que chegou na fase de colheita com pouco mais de 60% já comercializada.
“Com o base com o que temos para receber na próxima safra, cerca de 26% já esta travada. Nunca tinha cheago a 60% como neste ano e os preços de janeiro resultou nessas travas”, destaca Luiz Fernando dos Reis, gerente de mercado da Cooxupé.
No sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro o preço médio travado é de R$ 570,00 a saca de 60 quilos. O gerente destaca que um comparativo de que os preços estavam chamativos, é que atualmente o mesmo café está sendo comercializado entre R$ 480,00 e R$ 490,00.
Ainda no sul de Minas Gerais, na área de atuação da Minasul, até quinta-feira (18), cerca de 12% da safra comercial já estava travada. A média de preço é de R$ 575,00, considerado excelente por Héberson Vilas Boas Sastre, trader da Minasul.
Colheita da safra 2020/21 ganha intensidade nas principais regiões produtoras do país
Fonte: Envio de Fernando Barbosa – São Pedro da União/MG
Na Zona da Mata de Minas o produtor também aproveitou o bom momento para garantir preços positivos e 20% da safra já está travada para o ano que vem. “Precisamos levar em consideração que a safra é de ciclo baixo, a movimentação de barter tem crescido bastante e com isso fica acima do que se tinha tradicionalmente até então”, afirma Fernando Cerqueira, presidente da Coocafé.
Nesta região, os preços foram travados entre R$ 400,00 e R$ 500,00. “Nós saímos de um 2019 que foi muito ruim e com os bons preços, o produtor continuou fazendo as travas em 2020”, destaca o presidente. Reforça ainda que é importante ressaltar que a diferença de preços é equivalente a cada tipo de café.
Já na produção paulista, na Alta Mogiana em Franca/SP os negócios caminharam com um pouco menos de intensidade, mas também chamam atenção, com 15% de safra travada. Segundo Ricardo Lima, superintendente da cooperativa Coocapec, o produtor local tem cada vez mais utilizado os mecanimos de travas no mercado futuro. “A safra comercial 21/22 já tem participação do cooperado, ele tem participado deste mercado e utilizado cada vez mais as ferramentas de proteção do mercado”, explica o especialista.
Ainda segundo Ricardo, este modo de trabalho já tem se tornado uma tradição. A expectativa da cooperativa é quando mais perto chegar da próxima produção, mais negócios sejam travados no mercado futuro. “Os números estão dentro do que é esperado para o ano de ciclo baixo”, afirma. O preço médio de negociação, no momento de pico do mercado, foi de R$ 630,00.
Para o analista de mercado Fernando Maximiliano, da INTL FC Stone, reforça que o dólar valorizado pode manter os preços no mercado físico aquecido. “Esse valor é bem acima da média dos últimos anos dentro do mercado futuro. O que aconteceu é o que produtor tem aproveitado essa alta do dólar para garantir o bom negócio”, afirma.
Com a colheita em andamento no Brasil, tanto o mercado futuro como o mercado físico tem registrados dias de poucos negócios neste momento. Os preços na Bolsa romperam novamente a barreira dos 100 cents/lbp, mas o dólar em alto ainda mantém os bons valores no mercado físico e também encoraja as exportações brasileiras. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo.
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